sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Mais notícias sobre o crime. Correio Braziliense 08.10.2007


Cid (E) e Luiz Cláudio querem Justiça. Os planos para o futuro das famílias foram interrompidos pelo assassinato

Viúvos narram a dor da perda. Luiz lembra que segurou a mulher, Antônia, nos braços,
quando ela ainda agonizava; Cid era casado com Altair e acabou de celebrar 30 anos de união
FERNANDA VELLOSO
DA EQUIPE DO CORREIO

Quem passava pela Ponte
JK no sábado por volta
das 18h se comoveu com
uma cena dramática:
um poste caído sobre a parte
traseira de um Toyota Corolla
com a flandagem destroçada.
Ao redor do carro, a poucos metros
de distância, três corpos no
chão. Os gritos de desespero do
economista Luiz Cláudio Vasconcelos,
50 anos, chamavam a
atenção dos transeuntes — “Minha
mulher não, minha mulher
não…—, contou uma testemunha,
por telefone, na noite da
tragédia, que estava perto do
acidente. Naquele instante, Luiz
segurava a mulher, Antônia, nos
braços, que agonizava, após ter
sido arremessada do carro e se
chocado com o meio-fio de uma
das pistas da ponte.
“Ela morreu nos meus braços”,
contou Luiz, ao Correio, que dirigia
o carro, mal conseguindo segurar
as lágrimas. Quando os
bombeiros cobriram o corpo de
Antônia com um lençol, o marido
teve outra crise e repetiu a frase
“minha mulher não” várias vezes,
em estado de choque. Luiz Cláudio,
arrasado com a perda da mulher,
e da cunhada Altair e da amiga
Cyntia, disse que, no instante
em que o carro parou, após rodar
na via com o impacto da batida
do Golf, mesmo atordoado, conseguiu
abrir a porta e viu que a
cunhada, Altair Barreto de Paiva,
53 anos, já estava morta.
Em seguida, saiu correndo
em direção à mulher, Antônia
Maria de Vasconcelos, 49 anos,
que ainda estava viva. Ontem
pela manhã, amigos e parentes
visitavam o economista, que
mora no Park Way, para dar
apoio e ajudar a família. Casado
há 28 anos, Luiz Cláudio trabalha
no Ministério das Cidades.
Desolado, ele desabafou: “Esse
maluco destruiu três famílias.
Queremos justiça!”.
O casal tem três filhos: Cláudia
Barreto de Vasconcelos, 28 anos,
Luiz Mitilino de Vasconcelos, 25
anos e Leonardo Barreto de Vasconcelos,
16 anos. A mais velha,
Cláudia Vasconcelos é casada
com um norte-americano e acabou
de dar o primeiro neto, uma
menina, ao casal. Quando soube
do acidente, deixou o bebê de um
mês na Filadélfia (EUA), onde
mora e pegou o primeiro vôo para
o Brasil. Ela chegou ontem, no
final da tarde. Formada em administração
de empresas, a mulher
de Luiz era goiana e morava em
Brasília havia mais de 20 anos.
Trabalhava como assessora da
presidência na Confederação Nacional
da Indústria (CNI) e estava
entusiasmada porque comprou
as peças que faltavam para decorar
a casa.“Ela estava feliz porque
tinha encontrado vários artigos
que procurava. Finalmente terminávamos
um projeto de tantos
anos e agora acontece uma coisa
dessas”, lamentava Luiz Cláudio,
inconformado.

Duas irmãs
Além da mulher, Luiz Cláudio
também perdeu a cunhada no
acidente. Antônia era irmã de Altair
Barreto de Paiva. “Até agora
estou tentando acreditar que
perdi minha mãe e tia ao mesmo
tempo. Quando meu pai me ligou,
achei que era brincadeira”,
desabafou Cybelle Barreto de
Paiva, 29 anos, filha de Altair. O
pai de Cybelle, Cid Almeida de
Paiva, que não estava no carro,
mora em Goiânia e conta que
sua mulher, Altair, veio a Brasília
para visitar a irmã, Antônia. “Ela
queria descansar, ninguém imaginaria
que isso ia acontecer”, comentou,
abalado, Cid Almeida
de Paiva, 54 anos, que era casado
com Altair há 30 anos.
“Nosso aniversário de casamento
foi na semana passada, as
flores que dei para ela ainda estão
no jarro da mesa na sala de
estar”, lembrou, com desconforto,
a voz sufocada.
Altair deixou duas filhas. Antônia
e Altair foram veladas desde
ontem na capela 10 do Campo
da Boa Esperança. O sepultamento
de Antônia será hoje, às
11h, no mesmo cemitério. Depois,
a família seguirá para Goiânia,
onde o corpo de Altair ser
enterrado, às 18 h.


Momentos de desespero e silêncio

A terceira vítima do acidente
foi a arquiteta Cyntia Cysneiros
de Assis, 34 anos. Ela e o marido,
Cássio Resende de Assis
Brito, 40 anos, vieram a Brasília,
na sexta-feira, a trabalho. Foram
visitar Luiz Cláudio e Antônia,
casal de amigos, que também
eram seus clientes. “Viemos
aqui para auxiliar a decoração
da casa deles”, contou
Cássio, com a voz emocionada.
Ele estava no banco do carona
do Corolla e sobreviveu ileso
ao acidente. Quando percebeu
a tragédia Cássio entrou em
choque e foi levado ao Hospital
de Base do
Distrito Federal
por homens
do
Corpo de
Bombeiros.
O empresário
contou
que no acidente
tudo
aconteceu
muito rápido.
“Não vimos
sequer
o que foi que
nos atingiu.
Eu só senti o impacto e ouvi o
grito da minha mulher no banco
de trás. Como elas (Antônia e
Altair) estavam sem cinto de segurança,
foram jogadas para fora
do carro na hora”, lembrou.
Do lado de for a do carro,
sem ainda acreditar no que
acontecia, Cássio se dobrou ao
desespero, ao ver o corpo da
mulher no chão, com o crânio
esmagado, numa reação de
choque e supresa.
Ele lembra que demorou a
processar o acontecimento e
que só pensava nos filhos, horas
após a tragédia. Cássio não
se conforma e clama por justiça,
como os outros dois viúvos.
“É inconcebível que um crime
desses fique impune. Queremos
justiça”, exigiu o viúvo, dono
da loja de decoração Saioge,
em Goiânia (GO).
Cyntia formou-se em arquitetura
e urbanismo pela Universidade
Federal de Goiás
(UFG). Ela trabalhava também
com o marido,
como supervisora
de
projetos de
decoração
da loja de
Cássio.
A arquiteta
era casada
há oito
anos com
Cássio e mãe
dois filhos,
Y a s m i m
Cysneiros de
Assis, de 3
anos, e Cássio Filho, de 7 anos.
Cyntia tinha outros três irmãos.
No perfil de Cristine Cysneiros
do Orkut, site de relacionamentos,
amigos já deixavam
recados de condolências pela
perda da irmã.
O corpo de Cyntia Cysneiros
foi enterrado ontem em Goiânia,
no cemitério Jardim das
Palmeiras, em Goiânia. (FV)

Aqui, o Correio Braziliense cita o nosso blog

REVOLTA
Em reação às mortes
das três mulheres na Ponte
JK, um blog foi criado para
pedir justiça.Usa
expressões como “Monstro”
e “Assassino.



Moradores criticam limite de velocidade

HELENA MADER
DA EQUIPE DO CORREIO


Ana, Patrícia e Guy usam a ponte JK com receio de sofrer acidentes

O vaivém freqüente de carros
em alta velocidade preocupa
moradores do Lago Sul e
motoristas que circulam pela
Ponte JK. Pegas como o que
deixou três mulheres mortas
no último sábado são comuns,
segundo usuários da via. Outro
racha no principal cartão-postal
de Brasília, no século 21, já
havia feito uma vítima em 2004.
O advogado Francisco Augusto
Nora Teixeira, 29 anos, voltava
para casa, no Lago Sul, quando
foi atingido pela Mercedes
Benz do estudante Rodolpho
Félix Grande Ladeira, então
com 21 anos. O motorista participava
de um pega e estava a
165km/h quando atingiu o
Santana de Francisco, que não
participava do pega e morreu
na hora. Rodolpho fugiu sem
prestar socorro à vítima. Assim
como as três mulheres que
morreram no sábado, Francisco
não tinha nenhuma relação
com o racha na Ponte JK.
A ponte foi inaugurada em
2003 e melhorou a vida de moradores
do Lago Sul e dos condomínios,
que encurtou a distância
até o Plano Piloto. Mas,
rapidamente, a via se transformou
em mais um motivo de
preocupação para os motoristas.
“Quando entro de carro na
ponte eu fico mais tensa, seguro
mais forte no volante. As
pessoas cruzam na maior velocidade”,
conta a jornalista Patrícia
Nascimento, 35 anos, que
organizou um abaixo-assinado
para tentar reduzir a velocidade
máxima permitida na Ponte
JK e para pedir às autoridades a
instalação de travessias de pedestres.
Outros riscos
A professora Anna Grebot, 47
anos, também é uma defensora
dessas duas causas. Além de denunciar
os abusos de motoristas,
ela critica a falta de oportunidade
para os pedestres e usuários
de ônibus, que não têm nenhuma
opção para atravessar
as vias da ponte. “As pessoas
têm que ficar até 40 minutos esperando
para conseguir cruzar
as pistas. Outra mudança que
deveria ser feita é a redução da
velocidade permitida de
80km/h para 60km/h”, comenta
Anna. O Detran aumentou
para 80km/h o limite de velocidade
da pista depois de uma série
de estudos técnicos, para
dar mais fluidez ao trânsito.
Marido de Anna, o professor
universitário Guy Grebot,
43 anos, conta que, além de
pegas, os motoristas que passam
pela ponte JK correm outros
riscos. “Muitos carros que
usam até placas oficiais ultrapassam
o limite de velocidade.
Carros de deputados, ministros
e diplomatas passam por
aqui a mais de 100km/h. É
muita irresponsabilidade”, comenta
Guy.

Pacote de Medidas de Segurança do Executivo


30 mil olhos para o DF
Exército de homens e máquinas de várias corporações vão fechar o cerco aos motoristas infratores. Pacote de medidas de segurança do Executivo prevê até uso de chip em pára-brisa para evitar pegas

Érica Montenegro Da equipe do Correio
-->
Carlos Moura/CB
“Os policiais (civis e militares) devem estar com um olho na segurança pública e outro no trânsito. Deverão fiscalizar para tornar as vias brasilienses mais seguras”governador José Roberto Arruda-->
O motorista infrator terá de se comportar bem de agora em diante, caso contrário serão pelo menos 15 mil pares de olhos prontos para repreendê-lo. Entre as medidas que reagem às recentes tragédias no trânsito, o governador José Roberto Arruda anunciou que quer policiais militares e civis atuando também na vigilância das ruas do Distrito Federal. Além do reforço humano e da criação da Companhia Metropolitana de Trânsito, com mais 800 fiscais, Arruda promete intensificar o controle de velocidade com equipamentos de vigilância eletrônica e proibir o consumo de bebidas alcóolicas em lojas de conveniência e em locais próximos a estradas e rodovias. “Espero que a sociedade acredite nestas medidas, porque o governo sozinho não pode fazer tudo”, afirmou o governador durante o lançamento do pacote, no Buritinga. Arruda dividiu o pacote de trânsito em duas partes: medidas a serem executadas a curto prazo e medidas a médio prazo (veja quadro). Mas, não apresentou datas, nem o orçamento, até porque a maioria das medidas do pacote depende de aprovação de projetos de lei do Executivo pela Câmara Distrital. A ordem de mandar os policias militares à rua para coibir delitos de trânsito é a mais imediata. Os policiais militares (15 mil homens e mulheres) já têm a função de vigiar o cumprimento das normas do Código de Trânsito, mas, nos últimos anos, os únicos que estavam orientados a fazer isso eram os da Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPtran). Quanto aos policiais civis (5 mil), o governo precisará de lei específica para permitir que eles exerçam a nova função. A vigilância eletrônica também será reforçada. Conforme o Correio adiantou, serão instaladas câmeras filmadoras nas principais vias do Distrito Federal e os radares móveis também estarão de volta às ruas. Desta vez, os equipamentos de fiscalização portátil servirão para apanhar infratores contumazes. “Na primeira vez, o motorista será advertido. Na segunda, multado”, explicou o secretário de Transportes Alberto Fraga. Para tornar mais efetivo o controle, os agentes do Departamento de Trânsito (Detran) receberão palm-tops, computadores de mão. O equipamento permitirá que eles apliquem uma multa em 20 segundos. Estima-se que o preenchimento manual de um auto de infração leve ao menos 7 minutos. A informatização também vai chegar aos carros dos motoristas. Conforme resolução do Conselho Nacional de Trânsito, os carros receberão chip no pára-brisa para que sejam localizados em qualquer parte do DF. Essa é uma das medidas a médio prazo. “Sei que é polêmica, que vão considerar invasão de privacidade. Mas, os chips servirão para evitar crimes”, afirmou Arruda. A criação da Companhia Metropolitana de Trânsito foi confirmada. Segundo Alberto Fraga, os funcionários serão contratados em regime celetista e o salário deles girará em torno de R$ 800. Os fiscais da companhia poderão aplicar multas, mas agirão sempre sob a coordenação de um dos agentes do Departamento de Trânsito. O diretor do Detran, Délio Cardoso, afirmou que o modelo é inspirado em órgãos semelhantes que existem em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Eles serão devidamente treinados para exercerem uma função educativo quando apanharem infratores”, afirmou. Délio Cardoso avisou que, por motivos econômicos, o concurso de agente de trânsito foi cancelado. Repercussão O Sindicato dos Servidores do Detran manifestou-se contra a criação da Companhia Metropolitana de Trânsito. Para os representantes da categoria ela esvazia as funções do Detran. “Desconfiamos do nível de preparo de pessoas que se candidatarão a ganhar R$ 800. Não temos certeza se elas terão liberdade financeira para recusar propinas”, reclamou o diretor de imprensa do sindicato Rômulo de Castro Felix. No Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), a medida de acrescentar a função de fiscalização de trânsito ao trabalho também não foi bem acolhida. “Surpreendo-me que não nos tenham comunicado sobre isso. A Polícia Civil é judiciária, tem funções definidas”, afirmou Wellington Luiz de Souza, presidente do Sinpol. -->
O númeroTragédias249pessoas morreram nas pistas brasilienses, de janeiro a junho --> -->
-->A dor e a impunidade -->Gizella Rodrigues e Adriana BernardesDa equipe do Correio
-->
Cadu Gomes/CB - 16/11/06
Pérsio, pai de Pedro, a vítima, pede punição para o motorista-->
Duas famílias, dois acidentes estúpidos, duas vidas ceifadas pela violência do trânsito. Enquanto uma vê o início de uma punição mais dura para o acusado de provocar a tragédia, outra ainda protesta contra a impunidade. Os familiares de Pedro Davison, morto em 2006, no Eixão Sul, enquanto andava de bicicleta, viram a Justiça agir com mais rigor. O juiz titular do Tribunal do Júri, João Egmont, acatou a denúncia do Ministério Público e pronunciou o motorista Leonardo Luiz da Costa, 29 anos, por homicídio doloso qualificado (sem chance de defesa à vítima). Leonardo é acusado de atropelar Pedro na faixa presidencial do Eixão Sul e fugir sem prestar socorro. “Isso não alivia a falta que ele faz, mas saber que o crime não ficará impune nos trás um alívio. Ele vai responder como o criminoso que é”, desabafou o pai de Pedrinho, Pérsio Davison.Já a família do vigilante Moisés Pereira de Meneses, 28, ainda cobra uma punição para o crime que tirou a vida dele. De acordo com os parentes, o motorista do carro que o atingiu sequer foi indiciado. Domingo, os familiares e amigos do vigilante fazem protesto em Sobradinho. A concentração está marcada para as 9h30, em frente ao balão da quadra 8, perto da Administração Regional da cidade. No dia 21 de julho, Moisés, a mulher dele, Maria Souza, 34, e uma sobrinha do casal de apenas 2 anos, saíam de Sobradinho com destino a Planaltina. Ao entrar na BR-020, um carro desgovernado subiu no canteiro central, invadiu a pista na contramão e atingiu o Gol da família de frente. Moisés morreu na hora. --> --> --> --> -->
-->Especialistas elogiam propostas --> --> -->
-->
Iano Andrade/CB - 10/8/06
Pacote prevê mais policiais nas ruas: apoio à fiscalização humana-->
As medidas do pacotão contra a violência nas pistas foram bem recebidas por especialistas em segurança no trânsito. O fato de o governador José Roberto Arruda reforçar a vigilância nas ruas da cidade — tanto com aparelhos eletrônicos quanto com novos ficais foram encaradas como uma mudança de rumo positiva na política que vinha sendo adotada. “A anterior negava a importância da fiscalização, a mensagem era de que os pardais deveriam ser desprezados porque eram caça-níqueis”, analisa o professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), Paulo César Marques. “O governo avança ao valorizar a fiscalização”, completa. Paulo César espera que a população do DF também encare os fiscais e os aparelhos de vigilância eletrônica como instrumentos de segurança e não como peças de um esquema arrecadador de dinheiro. “Eles estarão nas ruas para evitar mortes. Não devem ser vistos de maneira antipática, devem ser valorizados pela população”. Para o professor Joaquim Aragão, também professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB, a aposta de Arruda na fiscalização feita por homens e mulheres, não apenas por equipamentos eletrônicos, trará conseqüências positivas para todo o trânsito do DF. “Além do excesso de velocidade, outros tipos de infrações serão flagradas”, afirma. “De maneira geral, as pessoas terão de se comportar com responsabilidade. Um sermão educado é mais efetivo do que uma conta que chega na caixa de correio ”, opina Aragão. O professor Hartmurt Günther, do Departamento de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), tem opinião parecida. “A fiscalização humana é bastante efetiva, já que o fiscal exerce o papel duplo de fiscalizador e de educador”, explica o especialista em psicologia do trânsito. “Mas a equipe de fiscais precisa estar bem treinada para contornar o ‘sabe com quem está falando?’, que, infelizmente, aqui em Brasília ainda é muito comum”, conclui. (EM) --> --> --> --> --> -->
Editor: Samanta Sallum // samanta.sallum@correioweb.com.brSubeditores: Ana Paixão, Roberto Fonseca, Valéria Velasco e-mail: cidades@correioweb.com.brTels. 3214-1180 • 3214-1181



Condutor que matou ciclista no Eixão Sul vai responder por homicídio doloso

Brasília, sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Condutor que matou ciclista no Eixão Sul vai responder por homicídio doloso Mariana BrancoDo CorreioWeb
18/10/200715h21-O Tribunal de Justiça do Distrito Federal acatou denúncia de homicídio doloso contra o motorista que atropelou e matou o biólogo Pedro Davison, 25 anos, no ano passado, no Eixão Sul de Brasília. A decisão, anunciada nesta quarta-feira, foi comemorada por parentes do rapaz e pelos familiares de vítimas da violência no trânsito, que sofrem com a impunidade. No Brasil, acidentes de trânsito provocados por motoristas imprudentes têm penas leves, como serviço comunitário e pagamento de cestas básicas. A decisão do TJDF dá esperança aos familiares das três mulheres mortas em um acidente na Ponte JK, no início do mês. Acusado de ser o responsável pela tragédia, o professor de Educação Física Paulo César Timponi, 49 anos, também foi denunciado pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) por crime doloso qualificado. A Justiça pode acatar ou não a denúncia. A postura do TJDF, no entanto, não é aceita com unanimidade entre juristas. Enquanto o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê pena de dois a quatro anos de detenção – que podem ser substituídos por penas alternativas -, o homicídio doloso prevê até 20 anos de prisão, mais as qualificações. Em geral, os tribunais admitem o dolo quando o motorista cometeu imprudências e assumiu o risco de provocar uma morte. Luiz Cláudio Vasconcelos, 50 anos, marido de uma das vítimas da Ponte JK, defende punição rigorosa para Paulo César Timponi. A polícia suspeita que ele estivesse alcoolizado – havia whisky e cocaína no carro – e testemunhas afirmam que ele estaria participando de um ‘racha’ com uma caminhonete S-10. “Essa pessoa tem de apodrecer atrás das grades”, disse Vasconcelos. A economista Maria Elizabeth Davison, 58 anos, mãe de Pedro Davison, também é a favor de mais rigor contra os crimes de trânsito. “É muito bom saber que o crime (que matou Pedro) vai ser julgado como dolo. A gente espera que isso possa embasar esse caso da Ponte JK. Crime de trânsito tem que ser julgado como crime, não como delito”, afirma a economista. Segundo investigações da polícia, a morte do Pedro foi resultado de atitudes irresponsáveis do contador Leonardo Luiz da Costa, 30 anos, motorista do carro que atropelou o biólogo. A denúncia do MPDFT aponta que Leonardo estava embriagado, com a habilitação vencida, andava em velocidade excessiva e invadiu a faixa central do Eixão, onde Pedro andava de bicicleta. Controvérsia A professora da área de Direito Penal da Universidade de Brasília (UnB), Beatriz Vargas, afirma que a caracterização de dolo em crimes de trânsito gera controvérsia entre juristas. “Em tese, o homicídio de trânsito é culposo. O próprio CTB o define como tal, partindo do pressuposto que ninguém liga o carro de manhã disposto a matar alguém, ou se matar”, comenta. Ela explica que o entendimento do crime como sendo doloso partiu, primeiramente, do Ministério Público. “Eles começaram a oferecer muitas denúncias nesse sentido. O argumento é que, se alguém dirige alcoolizado ou sob efeito de entorpecentes, não busca diretamente provocar mortes, mas também não se importa se elas acontecerem”, esclarece. Beatriz é a favor de uma diferenciação entre os crimes culposos, levando em conta a maior ou menor gravidade. “Poderia haver a diferenciação entre culpa leve e culpa grave”, opina a professora. Para ela, as denúncias de homicídio doloso de trânsito são um reflexo do aumento da violência no tráfego, e uma tentativa de resposta à população. “As pessoas têm a impressão de que estão tendo um retorno, mas, em razão dessa polêmica, poucas denúncias de dolo no trânsito resultam em condenação”, alerta. Interrogatório Os dois envolvidos no acidente na Ponte JK serão interrogados na segunda-feira, dia 22, no Tribunal do Júri. Paulo César Timponi e Marcelo Costa Sales, 23 anos – que dirigia a S-10 e alega inocência – ficarão diante do juiz João Egmont Leôncio Lopes. Ele é o mesmo juiz que acatou a denúncia de homicídio doloso contra o motorista que matou Pedro Davison.

Audiência marcada (scrap enviado por Patrícia)

Audiência marcada
Está marcada para o dia 22/10/07 a audiência de Interrogatório dos réus. Quem tiver interesse acompanhem os processos: http://www.tjdft.gov.br/
TRIBUNAL DO JURI 2007.01.1.121611-0 ALDO DE CAMPOS COSTA PAULO CESAR TIMPONI Feito : HABEAS CORPUS 2007.01.1.124223-2 JUSTICA PUBLICA PAULO CESAR TIMPONI e Outros Feito : ACAO PENAL
SEXTA VARA CRIMINAL 2007.01.1.079601-2 JUSTICA PUBLICA PAULO CESAR TIMPONI Feito : INQUERITO
VAMOS ACOMPANHAR ESTA HISTÓRIA BEM DE PERTO. NÃO VAMOS DEIXAR QUE ELA CAIA NO ESQUECIMENTO!!!!!!!!!

E-mail enviado por DLM

Tio Luiz querido,
Deus abençoe você e a nossa família!
Choro todos os dias lembrando da tia Toinha, como ela era maravilhosa! A Claudinha (excepcional mulher, mãe e filha), sua netinha (que linda!!! Deus a abençoe), O Netinho (agora com 25 anos, um rapagão maravilhoso), o Leonardo (pedra preciosa), tia Edinéia, Tio Militino, seus irmãos (todos estes, nem preciso comentar, maravilhosos também) e nós precisamos de você bem! Muita Luz! Que a Paz de Deus esteja conosco! Tia toinha está nos nossos corações!)
Como me lembro da Tia Toinha colocando a Claudinha no ballet igual a mim! A gente crescendo e brincando juntas! Com nossos bonecos, Amorzinho e Bebezinha, né?O Netinho loirinho lindo! E agora um lindo rapaz! Sempre ao lado de vocês!O Leonardo também, jovem excepcional! Lindo!
Esse monstro e seu comparsa (músico) pagarão pelo que fizeram! Deus é pai! Pregamos paz, somente queremos justiça! Acabou com três maravilhosas, excelentes, únicas mães! Rezamos todos os dias para que a Justiça Brasileira haja de forma correta e coloque estes bandidos na cadeia!São um mal para a sociedade!
Um beijo enorme para você, tio querido, tia Edinéia, tio Militino, os meninos, Laurinho, Leilson, Lenilson, Mima e Lair!!!
Diga-lhes com nós da família de consideração, você sabe quem somos, rezamos todos os dias para aliviar nossa dor!!! Que a Paz do Senhor permaneça com vocês e conosco também!!!

Peço a todos que testemunhem! Aqueles que presenciaram o rapaz do terror saindo bêbado do Iate Clube, bêbado, talvez "drogado", que providenciem ida a Delegacia para prestar depoimento e nos ajudar! Vocês serão mantidos em anonimato!!!
Nos ajudem! Não podemos deixar este bandido solto, com perigo de causar novas mortes, posto que é um assassino cruel, bandido e ainda diz "precisar de repouso"! Que repouso!!! Na cadeia ele descansará! E essa juíza, meu Deus, não tem família? Como consegue dormir sabendo que tem um bandido solto? Há doutrinas que interpretam a o argumento que ela utilizou de outra forma, conforme reportagem no Correio Braziliense!!!
Meu Deus!

DLM

Dr. Marcus Antônio Britto de Fleury Jr. assina um novo artigo

ARTIGO QUE SERÁ PUBLICADO DOMINGO EM :http://www.jornalorebate.com.br/ em primeira mão para o Blogger.


E nós, o que geramos?

Na ordem constituinte do estado, esse que, na microfísica do poder faz-nos “vizinhos e cúmplices” dos interesses que visam garantir a estruturação que privilegia grupos minoritários, enriquecendo-os cada dia mais, deixando-nos apenas vulneráveis aos ganhos secundários, sublimando as realidades em nossos consumos que “farta-nos” e entorpece-nos gerando a saciedade ilusória, o fetiche da excelência, quando ao consumirmos algo, finjamos como se nada soubéssemos tornamo-nos reféns e todos estamos condenados a subserviência de uns aos outros. Porém, lamentavelmente, a nós desgraçados, nesse cenário onde miséria e dor, vida e morte, amor e ódio se confundem resta-nos a segregação: Ou temos e nos nivelamos às exigências de consumo e de “poder” alimentando o estado através dos impostos pagos e, quanto mais se gera “riquezas”, maiores são os benefícios pessoais obtidos, ou então, seremos remetidos à condenação e lançados ao anonimato histórico. Local esse onde temos nossos óbitos assinados em plena “vida”.

Assim, observamos as relações de poder onde o punir está reservado apenas àqueles que, em suas desesperadas tentativas quanto à própria preservação da espécie, são lançados durante meses nos fundos das celas das penitenciárias, por apenas terem “furtado” um litro de leite, uma margarina para alimentarem seus filhos famintos, sem direito a Hábeas Corpus ou qualquer coisa parecida. Em junho de 2004, M. A de M, 24 anos, perdeu a visão do olho direito depois de ser submetida a maus tratos por ter pego produtos de higiene pessoal equivalentes a 24 reais. A mesma foi condenada a um ano e sete dias de “cadeia”. Antes, tivera negado o pedido para aguardar o julgamento em liberdade e uma solicitação de Hábeas Corpus.


Em São Paulo, S.C, 37 anos fez uma compra no valor de sete reais, devidamente pagos, foi perseguida, agredida e presa sob a alegação em ter pego indevidamente um anti-séptico bucal. Foi presa em uma cela com 16 mulheres, durante mais de uma semana. Em conseqüência disso, voltou a fumar depois de sete anos de interrupção à nicotina. Ainda corre risco em voltar para cadeia.

No estado do Rio de Janeiro, F. O, 29 anos, depois de ser contratado por um vizinho para cortar um saco de capim para alimentar alguns cabritos em troca de um litro de leite para alimentar seu filho, foi preso por desconhecer o que estava escrito em uma placa. O mesmo não teve acesso a escola. Foi remetido à Casa de Custódia, juntamente com 60 outros presos, em 2001 e, somente 34 dias depois saiu do “xadrez”.

Em Brasília, um indivíduo, depois de promover racha que vitimou três mães de família na Ponte J.K, dia 06, de outubro, foi agraciado por Hábeas Corpus. A decisão depois de ser transferida para a 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF. A medida liminar que livrou o acusado da cadeia foi expedida pela Desembargadora Sandra de Satis. Ela tomou a decisão por entender que o MPDF deveria ter oferecido denúncia antes de o juiz decretar a prisão de Timponi, que ficou atrás das grades por apenas seis dias. O novo pedido de prisão temporária havia sido encaminhado ao TJDF pelo promotor do Tribunal do Júri do DF, Maurício Miranda, na tarde desta terça-feira, mas será apreciado daqui alguns dias.

Penso então, que frente a tais circunstâncias, está claro a quem serve Estado. Façamos um “flash back” e recorramos ao evento do “Mensalão”. Alguém pode me responder no que deu? Onde se encontram os “acusados”? Todos esses senhores pertencem aos grupos de bons geradores de impostos ao estado e nós, o que geramos além de nossos filhos e nossas angústias?


Marcus Antonio Britto de Fleury Junior.

Justiça manda o ASSASSINO de volta para a prisão

Brasília, sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Justiça manda Timponi de volta para a prisão Diego AbreuDo CorreioWeb
18/10/200719h11-O professor de Educação Física, Paulo César Timponi, acusado de provocar a morte de três mulheres quando participava de um racha na Ponte JK, em Brasília, foi preso na tarde desta quinta-feira. O juiz titular do Tribunal do Júri do Distrito Federal, João Egmont, decretou a prisão preventiva. Agentes da 10ª DP (Lago Sul) foram até a casa de Timponi para prendê-lo. De acordo com o delegado de plantão da 10ª DP, Joás Rosa de Souza, o acusado chegou à 10ª DP por volta de 18h50. Agora, a polícia vai formalizar o cumprimento do mandado de prisão e conduzirá Timponi ao Departamento de Polícia Especializada (DPE), no Plano Piloto. Conforme havia garantido, o juiz João Egmont se posicionou sobre o pedido de prisão preventiva encaminhado pelo Ministério Público somente depois de a 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) ter analisado o habeas corpus concedido ao acusado na última segunda-feira. Em sessão na tarde desta quinta, a 1ª Turma julgou que não havia motivo para julgar o habeas corpus, já que até então não existia pedido válido de prisão temporária ou preventiva contra ele. Em sua decisão, o juiz João Egmont levou em consideração as condições pessoais do acusado, que tem antecedentes criminais e fugiu no dia do acidente sem prestar socorro às vítimas. O juiz também se baseou na confirmação de que dentro do carro de Timponi foram encontrados vestígios de cocaína e maconha, além de uma garrafa de uísque e uma lata de cerveja. O promotor do Tribunal do Júri do DF, Maurício Miranda, autor do pedido de prisão preventiva contra Timponi, considera coerente a decisão da Justiça. Independentemente do fato de o professor estar de volta à prisão, o interrogatório que colocará ele frente a frente com Marcelo Costa Sales, 23, o outro acusado de disputar o racha na Ponte JK no dia do acidente, está confirmado para a próxima segunda-feira (22), no Tribunal do Júri.

Mário Gordilho comenta a notícia

Palhaçada, esta é a primeira palavra que me vem à mente ao ler notícia abaixo. A 1ª turma, como já esperado, já que a relatora do caso foi a própria Sandra de Santis, não revogou o habeas corpus do garotão de meia idade que, conforme já ouvi falar de pessoas que foram próximas a ele desde a infância, se droga desde os 14 anos, e sempre foi protegido pela família. Seu pai é almirante reformado, e segundo essas mesmas pessoas, sempre protegeu seu filhinho querido, pois em plena época do regime militar não pegaria nada bem para um almirante ter um filho internado, para desintoxição. Todos saberiam! O que pensariam da família, meu Deus? Assim, foi mais fácil ir passando a mão na cabecinha dele, e deu no que deu. Mas nada disso importa para a Justiça, ainda presa aos tecnicismos legais. Isso, no meu modo de ver as coisas, não tão leigo, é brincar com a letra morta das leis, não é, de forma alguma, fazer justiça. Em nosso país, quem faz, ou tenta fazer, Justiça com J maiúsculo são os juízes de 1ª instancia, da nova geração, mais comprometidos com o verdadeiro intuito da justiça. Afinal, é para isso que eles estão lá. Já a velha guarda, das instâncias superiores, em geral se preocupam mais com suas teses doutrinárias, em fazer um belo voto para seus pares, e não para a sociedade que os paga. Isso gera status. Agora, dentro do meio jurídico, tenho certeza de que o pobre do juiz substituto que decretou a prisão preventiva, e não temporária, do playboy assassino, pensando estar fazendo o mais correto do ponto de vista da Justiça, deve estar sendo liquidado pelos seus pares, na onda levantada pela desembargadora Sandra, que ridicularizou sua decisão. Aliás, só pra lembrar: essa desembargadora é a mesma que desqualificou a tese da promotoria de homicídio doloso (dolo eventual) no caso do índio Galdino, queimado vivo por quatro garotões da laia do Timponi. Sua tese foi de homicídio culposo (agressão física seguida de morte). Tadinho daqueles garotos, não mereciam perder a melhor parte de suas vidas na cadeia, não é mesmo? Coincidentemente, um deles é filho de um juiz federal, e a promotora responsável pelo caso desistiu dele apenas alguns dias antes do julgamento. Felizmente, a tese da desembargadora não prosperou, e a garotada foi condenada pelo juri popular por homicídio doloso. É o que deve acabar acontecendo com o garotão do papai, mas todos nós gostaríamos de vê-lo desde já atrás das grades, para que, pelo menos, ele possa sofrer uma crise de abstinência, já que aqui em Brasília dificilmente ele conseguirá drogas dentro da detenção da Polícia Especializada. Mas vamos esperar que o juiz titular conceda o pedido de prisão preventiva do infeliz o quanto antes. JUSTIÇA JÁ!


Brasília, sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Justiça mantém liberdade para acusado de matar três mulheres na ponte JK Diego AbreuDo CorreioWeb
Paulo H. Carvalho/CB
Bebidas alcoólicas foram encontradas no carro de Timponi, acusado de causar acidente que matou 3 mulheres
Atualizada às 17h01
18/10/200716h42-Principal acusado de provocar a morte de três mulheres na Ponte JK, em Brasília, ao participar de um racha, o professor de educação fsica Paulo César Timponi, de 49 anos, continuará em liberdade. Em sessão na tarde desta quinta-feira, a 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) julgou “prejudicado o pedido do habeas corpus” que o mantém solto desde a última segunda-feira. Isso porque não havia mais sentido derrubar ou não a liminar, já que não existe nenhum pedido de prisão temporária ou preventiva decretada contra ele. A decisão foi anunciada pelo presidente da sessão, desembargador Mário Machado. Agora, caberá ao juiz titular do Tribunal do Júri do DF, João Egmont, decidir se aceitará ou não o novo pedido de prisão preventiva apresentada na última terça-feira pelo promotor do Ministério Público do DF, Maurício Miranda. Entretanto, o magistrado só poderá tomar qualquer decisão após ser comunicado oficialmente sobre o resultado da sessão ocorrida nesta tarde no TJDF. Segundo a assessoria de imprensa do TJDF, isso pode ocorrer ainda nesta quinta. O advogado de Timponi, Cláudio Alencar, acredita que o juiz João Egmont não decretará a prisão preventiva de seu cliente. Em sua opinião, pelo fato de o juiz já ter revogado o pedido em momento anterior, não teria por que ele tomar decisão diferente. Por sua vez, o promotor Maurício Miranda rebate: “Fizemos uma denúncia bem fundamentada. Tem tudo para ser deferida”, afirma. Ele espera que o pedido seja analisado o quanto antes e adianta que entrará com recurso caso não a prisão preventiva não seja decretada. Na segunda-feira, a desembargadora Sandra De Santis expediu o alvará de soltura do professor, por considerar a prisão ilegal. De acordo com sua interpretação, o Ministério Público do DF deveria ter oferecido denúncia antes de o juiz decretar a prisão preventiva, o que não aconteceu. Na manhã desta quinta, o Instituto de Criminalística da Polícia Civil interditou a Ponte JK por quase duas horas para fazer nova perícia do acidente ocorrido no último dia 6. Os peritos levaram até o local a caminhonete S-10 do músico Marcelo Costa Sales, 23, acusado de ter participado do suposto pega com Timponi, no dia do desastre. A Polícia Civil informou que só irá revelar detalhes da ação realizada nesta manhã após a conclusão da perícia. Marcelo Sales admite que passou pela ponte na tarde do acidente, mas nega que tenha disputado qualquer racha.

DF terá mais radares para controlar velocidade nas vias

Brasília, sexta-feira, 19 de outubro de 2007

DF terá mais radares para controlar velocidade nas vias Mariana BrancoDo CorreioWeb

18/10/2007
5h59-O monitoramento do tráfego através de radares e barreiras será intensificado nas vias do Distrito Federal. Nesta quinta-feira, o governo do Distrito Federal anunciou um pacote de medidas para combater a violência no trânsito. O objetivo é dar uma resposta à sociedade, que pede punição mais rigorosa a motoristas imprudentes. Há 10 dias, três mulheres morreram na Ponte JK depois que um carro em alta velocidade bateu no veículo em que estavam. O GDF colocará mais radares eletrônicos nas vias,caminho inverso tomado no início do ano, quando pardais foram substituídos por barreiras eletrônicas para reduzir a quantidade de multas aplicadas. O secretário de Transportes, Alberto Fraga, diz que a fiscalização será intensificada. “Nós substituímos os pardais por barreiras eletrônicas onde esses primeiros não eram necessários. Nos pontos onde forem precisos, continuaremos a colocá-los”, declarou. O secretário disse ainda que os novos radares estão previstos para funcionar primeiramente de maneira educativa. Só depois serão aplicadas punições. “A multa acontecerá só a partir da segunda passagem no pardal. Na primeira, o motorista será cadastrado e receberá advertência”, disse. Os aparelhos não têm data para serem implantados. Além da fiscalização, as medidas prevêem o controle da venda de bebidas alcoólicas e a implantação de 120 câmeras de vídeo nas ruas. O governo, no entanto, não falou em valores nem na fonte de recursos para implantação do plano. Novo órgão de trânsito O governo anunciou também o aumento do número de pessoas com autorização para fiscalizar e multar nas vias do DF. Na prática, haverá 20,9 mil homens a mais atuando na fiscalização de tráfego. Eles serão deslocados da Polícia Civil, Polícia Militar. O governo também vai criar, por projeto de lei, a Companhia Metropolitana de Trânsito. Os funcionários ajudarão agentes do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran). Hoje, o órgão tem apenas 318 fiscais, dos quais somente um terço está nas ruas. O efetivo de rua da Polícia Civil – cinco mil homens – agora poderá atuar na fiscalização do tráfego. Os cerca de 15 mil policiais militares que atuam fora dos quartéis já podiam prestar o serviço, mas priorizavam a repressão ao crime. Eles receberam orientação para agir com rigor, daqui para frente, nos casos de acidentes envolvendo motoristas. O Batalhão de Trânsito da PM receberá reforço de 100 homens - 50 de imediato e 50 daqui a dois meses. Por fim, haverá a contratação de 800 funcionários para a Companhia Metropolitana de Trânsito, com função única de atuar na prevenção de infrações e acidentes. Tecnologias Algumas medidas, segundo o governador José Roberto Arruda, serão aplicadas o mais rápido possível. Outras, como a implantação de chips nos carros, são para médio prazo. O sistema, que já é usado em São Paulo, informa a central de controle de tráfegos qualquer infração cometida por motoristas em seus veículos. Arruda admitiu que a decisão de monitorar eletronicamente os veículos vai causar polêmica. Ele acredita, no entanto, que haverá compreensão da população. Délio Cardoso, diretor do Departamento de Trânsito do DF (Detran), acrescentou que o governo está apenas cumprindo uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). “Até maio de 2008 todos os carros devem estar com chip. Só queremos sair na frente, como fez São Paulo, que está implantando o sistema. Isso ajudará inclusive a coibir os seqüestros-relâmpago”, afirmou. O governo estuda implantar os aparelhos por meio de uma parceria público-privada. Confira as medidas do pacote de trânsito: • Atuação de 15 mil PMs e 5 mil policiais civis na fiscalização de trânsito. Aumento imediato de 50 homens no efetivo do Batalhão de Trânsito e mais 50 homens em 60 dias, • Proibição da venda álcool em lojas de conveniência, margens das vias urbanas e rodovias do DF, e também em pontos próximos a regiões onde há maior incidência de acidentes. Proibição da venda de bebidas alcoólicas (Lei Seca) em horários e locais a serem fixados pelas autoridades de segurança e de trânsito • Monitoramento de festas com consumo de bebidas alcoólicas. Maior rigor, por parte das Administrações Regionais, na expedição de alvarás para realização de festas. Elas deverão informar as autoridades de segurança e de trânsito sobre a realização dessas festas, com 72 horas de antecedência. • Implantação do auto de infração digital (palm-tops) • Intensificação de campanhas educativas de trânsito. • Radares móveis serão espalhados pelas ruas e avenidas, para localizar motoristas que trafegam em velocidade excessiva • Compra de 100 novos veículos para fiscalização de trânsito para o Detran, BPTran e CPRV. • Criação da Companhia Metropolitana de Trânsito, integrada por 800 homens • Instalação de câmeras de vídeo para monitoramento e controle do tráfego. • Instalação do sistema de chips nos parabrisas dos automóveis, sem ônus para os proprietários • Convênio com UnB para implantar sistema de alta tecnologia de monitoramento veicular

TJDF julga habeas corpus do ASSASSINO

Brasília, sexta-feira, 19 de outubro de 2007

TJDF julga habeas corpus de Timponi DiegoAbreu Do CorreioWeb
Gustavo Moreno/Especial para o CB
Timponi conseguiu liberdade na última segunda-feira

18/10/2007 14h21-A 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) irá julgar na tarde desta quinta-feira o mérito do habeas corpus que tirou Paulo César Timponi, 49 anos, da cadeia na última segunda-feira (15). A análise do caso do professor de educação física, acusado por ter provocado o acidente de trânsito que matou três mulheres no último dia 6, na Ponte JK, em Brasília, foi incluída de última hora na pauta do colegiado da 1ª Turma, que costuma se reunir todas as quintas-feiras.
Julgamento do habeas corpus de Timponi pode acontecer nesta quinta A sessão começou por volta das 13h30, mas ainda não se sabe qual será a ordem dos julgamentos. De acordo com a assessoria de imprensa do TJDF, três desembargadores têm direito a voto. A relatora do caso será a juíza Sandra de Santis, a mesma que concedeu a liminar que garantiu a liberdade de Timponi. Caso os magistrados derrubem o habeas corpus, o professor de educação física voltará para a prisão. Nesta quarta-feira (17), o Tribunal do Júri do DF definiu que, pela primeira vez, colocará frente a frente o motorista do Golf, Timponi, e o músico Marcelo Costa Sales, 23, acusado de ser o condutor da caminhonete S-10. Supostamente, ambos estariam participando de um racha no momento em que ocorreu o acidente na Ponte JK. Os suspeitos serão interrogados pelo juiz titular do Tribunal do Júri, João Egmont, na próxima segunda-feira (22). Depois de ouvir Timponi e Marcelo, o juiz também pretende tomar o depoimento de testemunhas que presenciaram a tragédia, que tirou a vida de Antônia Maria de Vasconcelos, 49, Altair Barreto de Paiva, 53, e Cyntia dos Santos Cysneiros de Assis, 34.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Mário Gordilho comenta a notícia

Agora é torcer, primeiro, para que a burocracia do TJDF não postergue em pelo menos uma semana a volta às grades desse marginal e, segundo, que os desembargadores da 1ª turma sejam mais sensíveis à verdadeira justiça do que sua polêmica colega de profissão. Vamos continuar pressionando.

Julgamento do habeas corpus de Timponi pode acontecer nesta quinta Diego Abreu Do CorreioWeb
17/10/2007
17h36-O julgamento do mérito do habeas corpus que garante a liberdade de Paulo César Timponi, acusado pela morte de três mulheres enquanto participava de um "racha" na Ponte JK, em Brasília, no último dia 6, pode ocorrer nesta quinta-feira (18). Apesar do fato de as sessões do colegiado da 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) acontecerem todas as quintas-feiras, a medida que decidirá se o professor de educação física, de 49 anos, continuará ou não em liberdade ainda não está incluída na pauta. Entretanto, de acordo com a assessoria de imprensa do TJDF, como se trata de um tema de grande relevância, é possível que o assunto seja incluído na pauta de amanhã. A decisão ainda não foi tomada, mas pode ser que haja alguma novidade pela manhã. A reunião do colegiado começa às 13h30. Nesta terça-feira, o promotor do Tribunal do Júri do DF, Maurício Miranda, encaminhou pedido de prisão preventiva de Timponi ao TJDF e também apresentou denúncia por homicídio triplamente qualificado contra o músico Marcelo Costa Sales, 23, dono da caminhonete S-10, que também participava do pega na Ponte JK. Quanto ao pedido que poderia levar Timponi de volta à cadeia, o juiz do Tribunal do Júri, João Egmont, preferiu aguardar o julgamento do habeas corpus pela 1ª Turma Criminal. Somente depois dessa análise, ele pretende apreciar o caso. Timponi, que havia sido preso na terça-feira (9), foi solto nesta segunda-feira-feira (15). Para a Polícia Civil, a liberdade dele representa risco para a sociedade. O delegado da 10ª DP (Lago Sul) Joás Rosa de Souza considera perigoso o fato de o professor de educação física estar solto. "Não há garantia nenhuma que ele vá permanecer aqui para atender á Justiça quando for solicitado", disse o delegado. Joás Souza lembra que sobre o acusado pesa uma longa ficha criminal, além de agravantes como o fato de terem sido encontradas maconha, cocaína, além de uma garrafa de uísque e cerveja em seu Golf cinza, no dia do acidente. Timponi também não prestou socorro às vítimas. A polícia confirma que, na medida do possível, tem monitorado os passos do acusado desde que ele foi beneficiado pelo habeas corpus. A S-10 do músico está sob o poder da polícia, que faz perícia no veículo. O carro tem marcas de batida na parte dianteira. Após a conclusão da perícia, Marcelo possivelmente será chamado para depor novamente na 10ª DP. Segundo o delegado Joás Souza, não há mais dúvida quanto à participação do músico no pega que provocou o acidente. Porém, ele adverte que não há a necessidade de se pedir a prisão do motorista da S-10. "Ele foi solícito quando convocado pela polícia e não tem antecedentes criminais", justifica o delegado. "A denúncia do Ministério Público correspondeu às nossas expectativas. Lamentamos apenas a soltura de Paulo César Timponi", acrescenta.

Antônia (uma das vítimas) com sua neta. Foto enviada por Robert J Donohue


terça-feira, 16 de outubro de 2007

O ASSASSINO está livre. E se ele fugir para o exterior? Como ficará a Justiça?

Brasília, terça-feira, 16 de outubro de 2007

Decisão sobre prisão preventiva de Timponi é postergada Diego Abreu Do CorreioWeb
16/10/2007
19h54-O professor de educação física Paulo César Timponi, 49 anos, acusado de ser o responsável pelo acidente de trânsito que provocou a morte de três mulheres no último dia 6 na Ponte JK, em Brasília, vai permanecer em liberdade. Pelo menos por enquanto. É que o juiz titular do Tribunal do Júri, João Egmont, preferiu deixar a decisão para a 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do DF, a mesma que concedeu habeas corpus favorável a Timponi. A medida liminar que livrou o acusado da cadeia foi expedida pela juíza da 1ª Turma, Sandra de Satis. Ela tomou a decisão por entender que o MPDF deveria ter oferecido denúncia antes de o juiz decretar a prisão de Timponi, que ficou atrás das grades por apenas seis dias. O novo pedido de prisão temporária havia sido encaminhado ao TJDF pelo promotor do Tribunal do Júri do DF, Maurício Miranda, na tarde desta terça-feira. De acordo com o entendimento do juiz João Egmont, o pedido ficará pendente de apreciação até o julgamento de mérito do habeas corpus. A decisão que, por enquanto, garante a liberdade de Timponi ainda não tem data para ser analisada pela 1ª Turma Criminal. Os quatro membros da turma costumam se reunir todas às quintas-feiras, mas ainda não se sabe se a medida será ou não analisada nesta quinta (18).

E-mail enviado por "Indignado"

PEDIMOS A POLÍCIA FEDERAL, POLÍCIA CIVIL, POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL E POLÍCIA MILITAR QUE NÃO PERMITAM QUE O ACUSADO SAIA DO DISTRITO FEDERAL.
POR FAVOR INTENSIFIQUEM AS FISCALIZAÇÕES NOS AEROPORTOS, RODOVIÁRIAS E RODOVIAS PARA QUE O ACUSADO NÃO CONSIGA EVADIR-SE DO DF NAS PRÓXIMAS HORAS E/OU DIAS.
OBRIGADO.

Ass: Indignado.

E-mail enviado por Alexandro

Minha solidariedade ao fato ocorrido, meu desprezo marginal Timponi.
Abaixo cópias dos e-mails que enviei ao cref7 (conselho de educação física) de onde ele é membro:

----- Original Message -----
From: alexandro
To: juridico@cref7.org.br
Cc: diretoria@cref7.org.br
Sent: Monday, October 15, 2007 10:53 PM
Subject: caso timponi

Caros senhores,

Não é chegada a hora de tomar uma atitude mesmo que doa na própria carne?
Não é hora de dar uma satisfação à sociedade ou os conselhos profissionais vão tambem passar a imagem do corporativismo barato?
Acredito que homens de bem dirijam este conselho e que não vão querer se nivelar a um "acusado de homicídio doloso" para ser bonzinho com o que para mim e para sociedade não passa de um marginal.
CREF 001154-G/DF PAULO CÉSAR TIMPONI
Está lá no seu próprio código de ética:
CAPÍTULO IIDos Princípios e Diretrizes
Art. 4º - O exercício profissional em Educação Física pautar-se-á pelos seguintes princípios:I - o respeito à vida, à dignidade, à integridade e aos direitos do indivíduo;

PRECISA MAIS DO QUE ISTO PARA DESCREDENCIAR ALGUEM QUE JÁ TEM CONDENAÇÃO PRO PORTE, USO OU PIOR, TRAFICO DE DROGAS (segundo a imprensa)?
Se não bastar eu nãos sei o que será necessário, ou meus prinícipios de moral e ética estão muito ultrapassados.
Espero que os senhores ajam pela classe que representam, para que possam olhar seus familiares "vivos" e imaginem que els poderiam ter sido as vítimas de um verme igual ou ainda, do próprio.


----- Original Message -----
From: alexandro
To: diretoria@cref7.org.br
Sent: Monday, October 15, 2007 10:12 PM
Subject: timponi

Deve ser constrangedor ter nos quadros um assassino.
O mais estranho não é o fato dele ser um assassino mas sim o fato dele já ter sido condenado por porte ou trafico de drogas entre outras coisas e ainda assim o cref7 não ter ao menos descredenciado o referido marginal...
Lamentável saber que até mesmo numa instituição que sempre me pareceu séria ter em seus quadros pessoas desse tipo.
Ou será que agora que a desembargadora concedeu habeas corpus ao "assassino" ele vai ter uma bela recepção de apoio, quero crer que não.

Esta nossa sociedade está mesmo decadente, hoje valemos pelo que temos, o que somos não importa.
Ainda acredito que como o senhor outros deste conselho ainda queiram uma sociedade mais honesta e justa.
Começem cortando na carne, até pelo passado do sr Timponi.

A sociedade está cansando, até quando se manterá inerte não sei... espero que não por muito tempo!

E-mail enviado por Mário Gordilho Jr.

vejam quem é Sandra de Santis
Mário Gordilho

15 out (17 horas atrás)
Vejam quem é a Juíza Sandra de Santis! É a mesma que livrou a cara dos filhinhos de papai que queimaram vivo o índio Galdino!

Justiça
Promotora sai de cenaA menos de uma semana do julgamento dos acusados de queimar vivo o índio Pataxó, a promotora Maria José Miranda se afasta do processo. Colegas afirmam que ela tem sido vítima de perseguição no Tribunal
Da Redação
Carlos Eduardo 20.9.94
Acácio Pinheiro 19.4.99
Sandra de Santis (acima) estava no TJ e voltou em agosto para o tribunal do júri. Maria José cala sobre os motivos da sua desistência do caso
Foram quase cinco anos de batalhas judiciais. A promotora Maria José Miranda percorreu um longo caminho até conseguir levar quatro dos cinco acusados do assassinato do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos a júri popular. Mas, a menos de uma semana do julgamento, ela tomou uma decisão polêmica. Maria José se afastou do caso. Visivelmente abalada, ela concedeu ontem, durante o intervalo de um julgamento no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), uma entrevista ao Correio, em que confirmou o afastamento. Ela não explica, no entanto, o motivo. ‘‘Saio por causa de alguns problemas que aconteceram’’, resume. A decisão, tomada na semana passada, foi comunicada à juíza titular do Tribunal do Júri, Sandra de Santis, na tarde da última segunda-feira. Foi uma reunião de quase três horas, a portas fechadas, da qual também participou o promotor Maurício Miranda. Sandra de Santis não quis comentar o assunto com a imprensa. Maurício Miranda vai substituir Maria José e terá apenas seis dias para ler as três mil páginas do processo. O julgamento está marcado para terça-feira. O promotor garante que não vai pedir o adiamento do júri. ‘‘Até o dia 6 estarei pronto’’, afirma. DisputaA decisão de Maria José às vésperas do julgamento trouxe à tona uma suspeita que há algum tempo ronda o caso Galdino: a de que o processo transformou-se em algo mais do que uma disputa jurídica entre a promotora e a juíza. Três promotores ouvidos pelo Correio afirmam que o afastamento da promotora teria sido provocado por perseguições. Nenhum juiz ou desembargador procurado pela reportagem quis comentar o assunto. Maria José prefere calar sobre o motivo de sua decisão. O problema começou quando, em 9 de agosto de 1997, a juíza Sandra de Santis desclassificou a tese de homicídio triplamente qualificado, apresentada por Maria José, e pronunciou os réus por lesão corporal seguida de morte. Com isso, além de não ser julgados por júri popular, os quatro acusados estariam sujeitos a penas bem menores. Maria José recorreu até a última instância possível, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde conseguiu a vitória quase dois anos depois da desclassificação. Os acusados foram novamente pronunciados por homicídio e o julgamento, remetido ao Tribunal do Júri. Nos últimos quatro anos, Sandra de Santis circulou entre o Tribunal do Júri e a segunda instância, que representa uma promoção. Em agosto, ela retornou à primeira instância, a tempo de presidir o caso Galdino. A medida administrativa provocou críticas entre promotores. ‘‘Uma juíza que já desclassificou o crime anteriormente não deveria assumir o julgamento’’, argumenta o promotor Diaulas Ribeiro. Desde a volta de Sandra, acusa um colega de Maria José, a promotora tem sido vítima de perseguição no Tribunal. ‘‘Ela ficou impedida de ter acesso, nos julgamentos, a áreas livres para os promotores, como a sala secreta dos jurados e até o banheiro usado por eles’’, conta. O procurador-geral do Ministério Público do DF, Eduardo Albuquerque, afirma desconhecer o desentendimento. ‘‘Mas se a promotora fizer uma representação sobre isso, vamos apurar e daremos todo o apoio a ela’’, garante.
Entrevista / Maria José MirandaPromotora diz que está cansada e exaurida. Mas confia que será feita Justiça

‘‘Se lutei tanto é porque acredito no júri popular’’CORREIO BRAZILIENSE — Quando a senhora resolveu sair do caso? MARIA JOSÉ MIRANDA — Recentemente. Nos últimos dias. CORREIO — Por que? MARIA JOSÉ — Alguns problemas que aconteceram. Por enquanto, prefiro não falar sobre isso. CORREIO — Sua saída do caso pode ser considerada um recado para que a juíza Sandra de Santis também saia? MARIA JOSÉ — A doutora Sandra não precisa de recado para tomar suas decisões. Tudo que ela faz é com muita consciência, ela não precisa de recado para agir. CORREIO — Mas é certo que, com a sua saída, ela vai sofrer pressão muito grande para sair do caso também... MARIA JOSÉ — Não vejo vinculação. Se ela sofrer pressão, será por outros motivos. CORREIO - Que outros motivos? MARIA JOSÉ — Ignoro. CORREIO — A senhora conversou com ela sobre a sua saída? MARIA JOSÉ — Rapidamente. Só comuniquei a ela que estava saindo.
CORREIO — Qual foi a reação da juíza? MARIA JOSÉ — Ela achou estranho e até sugeriu que eu continuasse. Mas no fim encarou com naturalidade. CORREIO — Nos últimos cinco anos, a senhora se dedicou muito a esse processo. Não é estranho que, faltando apenas uma semana para o julgamento, a senhora se afaste do caso? MARIA JOSÉ — O Ministério Público tem o princípio da unidade e da indivisibilidade. O promotor que vai assumir o caso fará a mesma coisa que eu faria. É um promotor muito competente, muito estudioso, mais experiente do que eu. Talvez ele possa até fazer um trabalho melhor do que o meu, quem sabe. CORREIO — Houve muita pressão sobre a senhora? MARIA JOSÉ — Não diretamente. Mas todos nós sabemos que um processo envolvendo gente importante dá mais trabalho do que centenas de processos de pessoas comuns. Isso é indubitável, todos sabem disso. CORREIO — A senhora sofreu algum tipo de ameaça? MARIA JOSÉ — Ameaça de morte, desse tipo, não. CORREIO — Ameaças ao seu trabalho? MARIA JOSÉ — (silêncio) CORREIO — Há quanto tempo a senhora é promotora? MARIA JOSÉ — Eu tenho oito anos de Tribunal do Júri. CORREIO — Quantas vezes a senhora se afastou de um caso nesse tempo todo? MARIA JOSÉ — Nenhuma. CORREIO — Esse foi o caso mais rumoroso que a senhora já pegou? MARIA JOSÉ — Mais rumo-roso, sim. Não o mais difícil. Tecnicamente, juridicamente, esse caso é muito simples, muito fácil. Mas com certeza o mais rumoroso, o que teve maior repercussão. CORREIO — A senhora continua acreditando que os quatro réus são culpados de homicídio qualificado? MARIA JOSÉ — Eu tenho absoluta certeza de que, tecnicamente, juridicamente, eles praticaram homicídio triplamente qualificado, mais corrupção de menor. Pelas nossas leis, não há a menor dúvida. É certo, como dois e dois são quatro, que eles praticaram esses crimes. CORREIO — A juíza Sandra de Santis já estava há mais de quatro anos como desembargadora. Ela voltou para o Tribunal do Júri praticamente às vésperas desse julgamento. A senhora acha que depois ela vai voltar para a segunda instância? MARIA JOSÉ — Eu não tenho a menor idéia sobre isso. Eu acho que ela está perto de ser promovida, mas a distribuição de juízes é um trâmite administrativo do Tribunal de Justiça, que a gente não fica sabendo como se dá. Não sei nada sobre isso. CORREIO — A senhora acha que existe a chance de o crime ser novamente desclassificado pelo júri? MARIA JOSÉ — Como já disse, eu saí do processo, não quero mais me envolver nele. Eu estou muito cansada, exaurida, saturada, eu não quero mais nem ver, nem saber desse processo. Não gostaria mais de falar sobre isso. CORREIO — A senhora já teve medo, alguma vez, de perder a causa? MARIA JOSÉ — Não, porque confio muito no Tribunal do Júri. Se lutei tanto para levar o caso a júri popular, é porque acredito no júri popular. E seja qual for o resultado, a vitória já aconteceu. Eles serão julgados no mesmo local onde se julgam os réus do Paranoá, da Estrutu-ral, todas as pessoas comuns. Se o júri absolver, paciência, será a sociedade absolvendo. Mas eu não acredito que será assim não, porque não é assim que o júri tem agido em outras circunstâncias. Não acredito que será diferente, que abrirão uma exceção nesse caso. CORREIO — Como é que a senhora se sente agora, ao deixar o caso uma semana antes do julgamento? MARIA JOSÉ — Eu estou cansada, exaurida, saturada. Não quero mais nem ver o processo. É uma mistura de sentimentos, não dá para explicar. Eu confio em Deus, que a Justiça será feita, e confio muito na pessoa que vai me substituir, e no senso de justiça dos jurados.

é casada com o Ministro do STF, Marco Auréliio de Mello, o mais polêmico de todos os ministros que já passaram por aquela Corte. Lembro-me de duas decisões polêmicas dele: a da carta abaixo, onde ele inocentou um rapazinho de 35 anos por ter “feito amor” com uma criança de 12 anos, sob a alegação de que ela bem que sabia o que estava fazendo. Tem também a do Cacciola, o banqueiro que, no mesmo dia que conseguiu um habeas corpus (deve ser o instrumento preferido da família!), fugiu para a Itália, vivendo lá com suas centenas de milhões roubados do povo brasileiro, até ser preso novamente, em Mônaco. Além disso, o Ministro é primo de ninguém mais, ninguém menos do que Fernando Collor de Mello, que foi quem o indicou para o STF. Que família!

Caso Marco Aurélio de Mello
Rio de Janeiro 7 novembro 2000
"Sem qualquer pudor o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello, fez questão de tornar público que aceitará o auxílio moradia que beneficiará não somente a ele, mas também a sua mulher Sandra de Santis.
"Sem qualquer pudor o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello, fez questão de tornar público que aceitará o auxílio moradia que beneficiará não somente a ele, mas também a sua mulher Sandra de Santis. Essa gratificação ao judiciário é tão vergonhosa sob todos os aspectos que não merece maiores reflexões. Dora Kramer, articulista do JB a chamou de "auxílio covardia", Márcio Moreira Alves de O Globo, de "auxílio imoral" e outros indagam se o faz de conta para engordar os salários dos juízes chegará ao vale transporte e ticket refeição. O referido juiz tem outro argumento: vivemos em uma democracia . Tem razão, e por ela esses juizes serão julgados . A mídia considera o juiz Marco Aurélio de Mello o mais polêmico e irreverente da cúpula do judiciário. É bom recordar que em 1998, em uma decisão polêmica ele se notabilizou por julgar toda a sociedade brasileira considerando que uma adolescente aos 12 anos já sabe bem tomar decisões sobre sua vida sexual. Desconsiderou, com esses argumento, ao julgar um homem de 35 anos acusado de estupro contra uma adolescente, o fato da lei presumir violência quando a vítima for menor de 14 anos. Só podemos todos esperar que o que pensa e faz o Ministro Marco Aurélio, seja uma única exceção no Supremo. Esse comportamento desacredita um dos papéis que compete ao STF, o de norteador através de sábias decisões. É uma vergonha. Há um clima de cinismo em tudo isso e exemplo muito perigoso para a sociedade." Monteiro Filho Médico pediatra

15 out (17 horas atrás)
Editorial do Estadão de domingo, 14/10/2007

Falta de punição no trânsito do DF é herança política
Cidade se orgulha de respeitar faixa de pedestre, mas motoristas que matam se livram de penas mais duras
João Domingos
Por trás do orgulho de ser uma das poucas cidades do País a respeitarem a faixa de pedestre, Brasília carrega a vergonha da impunidade de motoristas que atropelam, aleijam, matam. Não fosse por um único caso em que o Ministério Público conseguiu transformar o atropelamento seguido de morte em crime doloso (com intenção), até hoje os julgamentos de acidentes de trânsito com morte na capital seriam todos iguais, com penas de prestação de serviços comunitários e distribuição de cestas básicas. Algo que faz parte de uma cultura que remonta à época da ditadura.No dia 6, o professor de Educação Física Paulo César Timponi disputava um racha sobre a Ponte JK, cartão-postal de Brasília, quando seu Golf bateu na traseira de um Corolla. O carro foi jogado na pista contrária. Altair Barreto de Paiva, de 53 anos, Antonia Maria de Vasconcelos, de 34, e Cíntia dos Santos, também de 34, que estavam no banco de trás do Corolla, e não usavam o cinto de segurança, foram atiradas para fora do veículo. Morreram no local.A placa do Golf foi anotada. Logo, a polícia o encontrou, já na garagem de Timponi, num condomínio a 5 quilômetros dali. O motorista havia fugido. No carro, havia cocaína, maconha, uísque e cerveja. Timponi já se envolveu em tráfico de drogas e receptação. Ele se entregou na terça-feira e foi indiciado por crime doloso. Poderá ser julgado pelo Tribunal do Júri. Há um precedente. Em junho de 1999, o estudante Carlos Augusto Dias Lins, conhecido por Kadu, pegou a bicicleta e foi a uma videolocadora no Lago Norte. Como não há ciclovia, foi pelo acostamento. Acabou atropelado por Rodrigo Lima Padilha, de 29 anos, que tirava racha a 155 quilômetros por hora com Paulo Rogério Vieira, de 31. O Ministério Público conseguiu levá-los ao Tribunal do Júri. Foram condenados por assassinato pelo juiz João Marcos Guimarães Silva: Rodrigo a 7 anos de reclusão; Paulo Rogério, a 6. Recorreram ao Tribunal de Justiça. Aguardam o julgamento do recurso em liberdade.Em outros casos de assassinatos por imprudência no trânsito, a pena foi sempre a de prestação de serviços comunitários. Um exemplo é Fabrício Klein, que em 1996, aos 18 anos, atropelou e matou Elias Barboza de Oliveira Júnior, de 24, pedreiro, na pista principal do Lago Norte. Fabrício foi condenado a prestar serviços à comunidade por dois anos. Na hora do atropelamento, ele estava com o pai, Odacir Klein, então ministro dos Transportes. Os dois vinham de um churrasco no Clube do Congresso e não prestaram socorro à vítima. Após o acidente, Klein pediu demissão.ORIGEMA cultura da impunidade no trânsito em Brasília é uma herança política. Filhos de senadores, deputados, ministros de governo e tribunais superiores, de oficiais, generais e outras pessoas poderosas costumavam fazer pegas nas ruas da capital, principalmente durante o regime militar. Se alguém os importunava, davam carteirada. Envolviam-se também em outros crimes, como o assassinato da menina Ana Lídia, que acabou por levar a sociedade a se mobilizar contra a impunidade. Hoje, o principal parque da cidade leva o nome da garota.“A impunidade é uma das principais causas de acidentes”, diz Davi Duarte, professor de Segurança de Trânsito da Universidade de Brasília (UnB). “Também contribuem para os acidentes graves as pistas longas, que levam a pessoa a se acostumar com a velocidade e a pisar mais fundo no acelerador.” Para ele, a fiscalização é falha, o que aumenta a sensação da impunidade. “Há também falhas nos inquéritos, nas perícias, nos processos, o que acaba por contribuir ainda mais com a impunidade, porque os advogados se agarram a esses erros. Ninguém vai para a cadeia. No máximo, a pena é a distribuição de cestas básicas”, afirma Duarte.

15 out (17 horas atrás)
Genro de ex-deputado é preso por acidente
Suspeita é de que ele participou de racha que causou 3 mortes no DF
Vannildo Mendes, BRASÍLIA
O professor de Educação Física Paulo César Timponi, apontado como causador de um acidente de carro que matou três pessoas no sábado, na Ponte JK, foi preso ontem, em Brasília. Timponi, que já cumpriu pena por tráfico de drogas, deve ficar detido até o julgamento porque não tem bons antecedentes e apresenta passagens pela polícia.A prisão preventiva havia sido decretada à tarde pela Justiça do Distrito Federal. O advogado do acusado, Cláudio Damzuck Alencar, informou que vai recorrer da medida para que o cliente possa responder ao processo em liberdade. O suspeito prestou depoimento ontem, em Brasília, mas optou por ficar em silêncio.Timponi é genro do ex-deputado baiano Prisco Vianna, que foi líder da Arena e do PDS no regime militar. O delegado Jefferson Lisboa Gimenes decidiu indiciar o professor por homicídio doloso (com intenção de matar). “Ele assumiu o risco daquele resultado (as mortes), dirigindo naquela velocidade, naquele local.” No carro conduzido por Timponi, a polícia achou cocaína, uma garrafa de uísque e latas de cerveja. Ele é conhecido em Brasília pelas confusões em que se envolve, sempre envolvendo violência, uso de bebidas e drogas. O professor bateu por trás no carro das vítimas, em alta velocidade. A polícia desconfia que, além de drogado, ele participava de um racha. Três mulheres que estavam no banco de trás do carro abalroado foram projetadas para fora e morreram na hora. Elas estavam sem cinto de segurança. O advogado de Timponi negou ontem que o cliente estivesse participando de um “racha”.

E-mail enviado por Mário Gordilho Jr.

Enviei a mensagem abaixo para a coluna Sr. Redator, do Correio Braziliense, algumas horas após a divulgação do infeliz habeas corpus. Espero que seja publicado, para lançarmos nossa indignação a quantos cidadãos pudermos alcançar. E espero, sinceramente, que a juíza que cometeu essa barbaridade também a leia. Mário Gordilho Jr.

Lamentável a decisão “tecnicista” da Juíza Sandra de Santis, concedendo o habeas corpus para um assassino declarado. Ou há alguma dúvida, Senhora Juíza? Nesse caso, onde há testemunhas de que o homicida conhecido como Timponi (que já cumpriu pena por tráfico de drogas) estava disputando um racha na ponte Roriz/JK, muito acima da velocidade permitida, e ainda por cima com bebidas (uísque e cerveja) e drogas (cocaína e maconha) no carro apreendido, cabe realmente um habeas corpus? E eu, como fico nessa história? Como vou levar minha filha à escola amanhã? E a senhora? Espero, sinceramente, que não seja moradora do Lago Sul e tenha que se deparar, amanhã, na sua saída para o trabalho, com esse criminoso no trânsito. Excelência, na nossa sociedade, onde a justiça somente é cega para alguns, não há mais espaços para tecnicismos jurídicos. Há que se fazer justiça! E, nesse caso, definitivamente, tenho certeza de que a senhora está sozinha em sua infeliz, e injusta, decisão. Claro, não estou contando com o advogado do criminoso, pois esse pelo menos está sendo pago para isso, mesmo que supostamente esteja vendendo sua consciência. No domingo, logo após participar da manifestação na ponte, com a família e os amigos, tive que cruzá-la com motoristas me cortando em alta velocidade. Apenas alguns minutos após o Detran abrir as pistas! Esses, Excelência, certamente estão vibrando com a catarata crônica da justiça, na certeza de que um advogado expert em tecnicismos legais os protegerá dessa louca sociedade sedenta pela verdadeira justiça, a que um dia esperamos poder voltar a grafar com J maiúsculo.

O ASSASSINO pode voltar para a cadeia

Brasília, terça-feira, 16 de outubro de 2007

Timponi pode voltar para cadeia ainda nesta terça-feira Mariana BrancoDo CorreioWeb
16/10/2007
10h00-O professor de Educação Física Paulo César Timponi, 49 anos, pode voltar ainda nesta terça-feira para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE). O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciou o professor nesta segunda-feira à tarde por homicídio doloso qualificado e pediu a prisão preventiva do suspeito. A acusação partiu do promotor do Tribunal do Júri, Maurício Miranda. Se condenado, Timponi pode pegar pena de 12 a 30 anos de detenção.
Justiça concede habeas corpus a acusado de matar três na Ponte JK O habeas corpus concedido ao acusado no final da tarde desta segunda-feira pela desembargadora Sandra de Santis, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), é provisório. Ele pode ser cassado ou confirmado pelos outros três desembargadores da 1ª Turma Criminal. Paulo César Timponi é acusado de ter sido o responsável pela morte de três mulheres em um acidente no último dia 6, na Ponte JK. A polícia acredita que ele estava embriagado e testemunhas alegaram que o professor participava de um ‘racha’ no local, com uma caminhonete S-10. Nesta segunda, Timponi, que estava preso há três dias, foi liberado por volta das 22h.

Soltaram o ASSASSINO

16/10/2007 - 10h09 - Atualizado em 16/10/2007 - 10h27
Acusado de causar acidente de trânsito é solto no DF
Justiça concedeu habeas corpus a Paulo César Timponi. Ele é acusado de participar do 'racha' que causou a morte de três mulheres.
Do G1, em Brasília, com informações do DFTV entre em contato

O professor de educação física Paulo César Timponi, de 49 anos, saiu da cadeia na noite desta segunda-feira (15), após o Tribunal de Justiça do Distrito Federal lhe conceder um habeas corpus. Timponi é acusado de participar de um “racha” que causou a morte de três mulheres no sábado, dia 6 de outubro, na Ponte JK, que liga a área central de Brasília ao Lago Sul, bairro nobre da cidade. Veja aqui o site do DFTV Segundo a desembargadora Sandra de Santis, a prisão preventiva do professor de educação física era ilegal, já que o Ministério Público não havia apresentado denúncia contra o acusado. Timponi estava preso desde o dia 10 deste mês.

Saiba mais
» MP pede prisão preventiva de motorista que causou acidente no DF
» Motorista que causou acidente no DF tem prisão decretada

Depois que a desembargadora concedeu o habeas corpus, o promotor de justiça do Ministério Público Maurício Silva Miranda denunciou Timponi pelo crime de homicídio doloso (com intenção de matar) qualificado. Junto à denúncia, o promotor pediu a prisão preventiva de Timponi, que pode retornar para a delegacia nesta terça-feira (16).
“À disposição das autoridades”
Paulo César Timponi saiu da cadeia acompanhado por dois policiais. Ainda no corredor da Delegacia de Polícia Especializada (DPE), encontrou-se com os seus advogados de defesa, que o orientaram a não dar entrevista.

“Desde as primeiras horas em seqüência do acidente, Paulo César Timponi está à disposição das autoridades. E assim permanecerá se o habeas corpus for confirmado pela turma até o final desse processo”, afirmou um dos seus advogados, Cláudio de Alencar.
Andamento das investigações
Exames da perícia confirmaram que, além de bebida alcoólica, havia cocaína e maconha no carro de Paulo César Timponi. Ele já acumulava multas, a maioria por excesso de velocidade. Testemunhas disseram que uma caminhonete S-10 teria participado de um "racha" com o professor de educação física. Interrogado pela polícia, o motorista Marcelo Costa Sales, 23 anos, negou qualquer participação. Ele foi liberado depois de prestar depoimento à polícia.

Comentários no "Sr. Redator" (Correio Braziliense)
ACIDENTE NA PONTE

Lamentável a decisão
tecnicista da juíza Sandra
de Santis concedendo habeas
corpus a um assassino
declarado. Ou há alguma
dúvida? Há testemunhas
de que o homicida
conhecido como Timponi
(que já cumpriu pena por
tráfico de drogas) estava
disputando um racha na
Ponte JK, muito acima da
velocidade permitida, e
ainda por cima com bebidas
(uísque e cerveja) e
drogas (cocaína e maconha)
no carro apreendido.
Cabe realmente um habeas
corpus? E eu, como
fico nesta história? Como
vou levar minha filha à escola?
E a senhora? Espero,
sinceramente, que não seja
moradora do Lago Sul e
tenha que se deparar, na
sua saída para o trabalho,
com esse criminoso no
trânsito. Excelência, na
nossa sociedade, onde a
Justiça somente é cega para
alguns, não há mais espaços
para tecnicismos
jurídicos. Há que se fazer
justiça! No domingo, logo
após participar da manifestação
na ponte, com a
família e os amigos, tive
que cruzá-la com motoristas
me cortando em alta
velocidade. Apenas alguns
minutos após o Detran
abrir as pistas!
● Mário Sérgio Rocha
Gordilho Jr,Sudoeste
■ Todos os dias leio que o
tal indivíduo que matou
três pessoas na Ponte JK é
professor de educação física.
Mas, até onde sei, ele
é funcionário do Serpro,
além de ter sido condenado
por uso de drogas e de
ser alvo de outros processos.
Nunca li uma referência
qualquer sobre ele dar
aula. Em respeito aos profissionais da área,
por que essa identificação de professor de
educação física?
● Bruno Lourenço Reis,Asa Norte
■ Uma pequena sugestão para o governador:
instale controladores de velocidade (pardais)
no meio da Ponte JK e câmaras de controle de
tráfego em cada entrada e saída. A medida
ajudaria a evitar acidentes e a identificar os
culpados pelos que eventualmente ainda venham
a acontecer. Aliás, governador, observe
que esqueceram de criar locais de travessia
de pedestres nas duas entradas da ponte,
apesar de terem investido
ali tanto dinheiro. Seria bom
solucionar isso antes que
aconteçam também sérios
atropelamentos.
● Marcos Dantas de Moura
Magalhães, Lago Sul

DESABAFO (Correio Braziliense)PODE ATÉ NÃO MUDAR
A SITUAÇÃO, MAS ALTERA SUA
DISPOSIÇÃO. Matou três pessoas
fazendo pega na
Ponte JK e está solto.
Se tivesse roubado
um pote de margarina
iria ver o que é bom!
Vital Ramos de Vasconcelos Júnior —
Jardim Botânico Volta sem medo,
Cacciola! Junto
ao Timponi,
vocês enrolam.
Josuelina Carneiro — Asa Sul

Resta saber se
o tratamento
médico a que
Timponi, segundo
o advogado dele,
está sendo submetido,
inclui antidoping.
Júlio Cruccioli — Asa Sul

De que adianta
diminuir a
velocidade na
Ponte JK para
70km/h? Timponi
estava a mais de
140km/h. O motorista
que matou Francisco
Augusto, a mais
de 160km/h!
Maciel Nunes dos Santos —
São Sebastião

MP pede prisão preventiva do ASSASSINO

15/10/2007 - 21h14
MP pede prisão preventiva de motorista que causou acidente no DF
Promotor Maurício Miranda denunciou Paulo César Timponi por homicídio doloso. Desembargadora do Tribunal de Justiça do DF havia concedido habeas corpus a Timponi.
Do G1, em Brasília entre em contato

Saiba mais
» Manifestantes protestam contra violência no trânsito no DF
» Acusado de participar de 'racha' na Ponte JK vai aguardar julgamento preso
» Polícia identifica segundo envolvido em 'racha' na Ponte JK
» Vítimas de acidente de trânsito na Ponte JK são enterradas
» Motorista que causou acidente no DF será solto

O promotor de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Maurício Miranda pediu, no final da tarde desta segunda-feira (15), a prisão preventiva de Paulo César Timponi, 49 anos. Na denúncia que apresentou à Justiça do DF, Miranda acusa Timponi de homicídio doloso (com intenção de matar) qualificado.

Timponi, que está preso desde o último dia 10, é apontado como um dos responsáveis pelo acidente ocorrido na Ponte JK, em Brasília, no último dia 6, em que morreram três mulheres.

Na tarde desta segunda, a desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) Sandra de Santis concedeu habeas corpus para libertar Timponi. Segundo ela, a prisão preventiva era ilegal, uma vez que o MPDFT ainda não havia oferecido denúncia contra Timponi.

Diante da decisão da desembargadora, o promotor Maurício Miranda manifestou-se. "Se a liminar da desembargadora foi dada somente por falta de manifestação do Ministério Público, agora nada impedirá que o juiz decrete a prisão preventiva de Timponi", declara o Promotor de Justiça, segundo o site do MP.

Se a Justiça do DF aceitar a denúncia do MP, abrirá processo criminal contra Timponi, que passará a ser réu. Não há prazo para a decisão.

Paulo César Timponi ainda está preso na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil do DF. Ele aguarda a chegada de um oficial de Justiça, que levará o alvará de soltura.

A expectativa é de que Timponi saia da prisão ainda na noite desta segunda. Mas ele poderá voltar para a carceragem do DPE. Isso ocorrerá se o TJDFT determinar novamente sua prisão. Isso pode ocorrer a qualquer momento.

Prisão
O juiz substituto do Tribunal do Júri do TJDF, João Marcos Guimarães Silva, decretou a prisão preventiva de Paulo César Timponi, logo depois do acidente. Em seguida, os advogados dele entraram com pedido de habeas corpus. Timponi estava preso desde o dia 9 deste mês. No depoimento em que prestou ao delegado, Timponi optou pelo silêncio. A perícia encontrou no Golf garrafas de bebidas alcoólicas, cocaína e maconha. Testemunhas disseram que uma camionete S-10 teria participado de um "racha" com Timponi. Interrogado pela polícia, o motorista Marcelo Costa Sales, 23 anos, negou qualquer participação. Ele foi liberado depois de prestar depoimento à polícia

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

E-mail enviado por "Indignado"

Do que é feito o Judiciário Brasileiro?
De Pedra. Da mais dura e insensível rocha. Sem vida. Sem coração.
O Judiciário não enxerga que a sociedade exige mudanças urgentemente?
O Judiciário não enxerga que muitas pessoas estão sofrendo com essa tragédia?
O Judiciário não enxerga que a outras famílias poderão chorar a morte de seus entes queridos no trânsito novamente?
O Judiciário não enxerga que usar um automóvel para matar é como usar uma arma carregada?
O Judiciário não enxerga que BASTA DE IMPUNIDADE EM NOSSO PAÍS?
Inaceitável a concessão de Habeas Corpus ao acusado de tirar a vida de três senhoras distintas, de três MÃES!!!!
Enquanto esperamos na Justiça, ela nos apunhá-la pelas costas...
LASTIMÁVEL.

Ass: Indignado.

Arruda diz que foi ASSASSINATO e lamenta o habeas corpus.

Brasília, segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Justiça concede habeas corpus a acusado de matar três na Ponte JK Do CorreioWeb
Breno Fortes/CB
Timponi é um dos acusados de causar o acidente que matou três mulheres na Ponte JK em 6 de outubro
Atualizada às 19h49
15/10/2007
18h12-A desembargadora Sandra De Santis, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, concedeu nesta segunda-feira habeas corpus ao professor de Educação Física Paulo César Timponi, de 49 anos. Ele é um dos acusados de causar o acidente que matou três mulheres na Ponte JK, em Brasília, no último dia 6. Na decisão, a magistrada manda expedir o alvará de soltura do professor.
Segundo Sandra, o Ministério Público do DF deve oferecer denúncia antes de o juiz decretar a prisão preventiva, o que não aconteceu no caso de Timponi. Segundo a desembargadora, a prisão é ilegal, pois confronta a Constituição Brasileira. Para Timponi ser solto, basta que um oficial de Justiça leve o alvará de soltura à Delegacia de Polícia Especializada (DPE), onde o professor está detido. Até as 18h50, o documento ainda não havia sido expedido. No entanto, o advogado do acusado acredita que ele deve ser liberado ainda nesta segunda-feira.
A decisão não chegou bem aos ouvidos do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Em evento público nesta segunda-feira, ele lamentou o habeas corpus concedido a Timponi. “Considero profundamente lamentável porque não se trata de um acidente comum. Foi um assassinato que, ao invés de usar uma arma de fogo, usou o carro e ainda estava drogado e alcoolizado”, considerou. “Decisão da justiça a gente não contesta, mas cumpre. Infelizmente, nossa legislação é falha”.
A soltura de Timponi também não foi bem recebida pelo delegado da 10ª DP, que investiga o caso, Joas Rosa de Souza. “É lamentável que isso aconteça após todo o esforço da polícia, que trabalha com tanta dedicação para solucionar os casos”, reclama. “O judiciário apenas cumpriu a lei a que nós brasileiros estamos submetidos, fazer o quê?”.
Apesar do desgosto com a liberação de Timponi, Joas afirma que o habeas corpus não altera em nada o andamento das investigações. “Nós já concluímos o inquérito e o encaminhamos para o Ministério Público na última quinta-feira. O que muda é que antes o promotor [do MP] teria cinco dias para oferecer a denúncia. Agora, com o acusado solto, o prazo se estende para dez dias e Timponi vai aguardar o julgamento em liberdade”, detalha o delegado.
Joas acrescenta que a perícia na S10, veículo que também teria participado do acidente, deve ficar pronta em 30 dias, a contar da última quinta-feira, quando ela se iniciou. “Só com esse resultado em mãos poderemos tomar novas providências”, explica.
O acidente ocorreu na madrugada do último dia 6. O golf prata conduzido por Timponi e uma S10 vermelha foram vistos por testemunhas fazendo manobras perigosas e disputando corrida em alta velocidade. Uma perícia realizada pela Polícia Civil identificou que havia maconha, cocaína, uma garrafa de uísque e cerveja dentro do carro do professor de Educação Física. O motorista da caminhonete, Marcelo Costa Sales, de 26 anos, se apresentou à polícia, mas não foi preso por falta de provas. Ele negou o envolvimento no racha.
Pacote de segurança Na caminhada organizada por familiares das vítimas do acidente na Ponte JK, no último domingo, o governador Arruda comentou que, ainda nesta semana, seriam anunciadas medidas de segurança para evitar que tragédias como a do dia 6 ocorressem novamente. Entre as propostas, estariam a colocação de câmeras filmadoras nas principais vias do DF e até a redução da velocidade de algumas. Nesta segunda-feira, Arruda voltou a comentar sobre o assunto, mas preferiu não adiantar as medidas em específico. Ele afirmou, somente, que elas podem ser anunciadas nesta quarta-feira. Sua assessoria de imprensa informou que, enquanto isso, reuniões com técnicos e representantes de outras áreas para discutir o assunto têm sido realizadas.

Velocidade na Ponte JK passará de 80 para 70 km/h

Brasília, segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Arruda anuncia mais medidas para pacote de segurança no trânsito Maria CarolinaLopes Do CorreioWeb

14/10/2007 20h06-O pacote para a segurança no trânsito do Distrito Federal, que está em fase de elaboração pelos técnicos do Detran e do governo, prevê uma dura campanha de educação no trânsito, monitoramento eletrônico e humano da frota e redução de velocidade em algumas vias do DF. As medidas foram anunciadas pelo governador José Roberto Arruda e pelo diretor do Detran, Délio Cardoso, neste domingo. As autoridades pretendem também diminuir a velocidade da Ponte da JK, que hoje é de 80Km/h, para, no mínimo, 70 Km/h.
De acordo com Arruda, todo o pacote de segurança será divulgado ainda esta semana pelo GDF. Enquanto isso não acontece, o Detran colocou uma viatura rondando a Ponte JK 24 horas por dia. “Mas a nossa intenção é diminuir a velocidade no local para no mínimo 70 km/h” anunciou Arruda. A medida vai de encontro justamente com a política adotada pelo Detran de aumentar a velocidade em algumas vias do DF, como foi feito na Avenida das Nações.
O diretor do órgão explica que a intenção de aumentar a velocidade é estabelecer uma relação de confiança entre motorista e autoridade de trânsito. “Mas se isso não resolve, claro que podemos mudar esta conduta. Nenhuma política é tão absoluta que não pode ser alterada”, explica. Cardoso aponta as blitze que o Detran fez neste final de semana próximo a bares. “Dezessete jovens foram detidos porque iam dirigir alcoolizados após sair de bares e boates. É uma ação que tem dado certo”, enfatiza.
Educação O governador José Roberto Arruda também se mostrou insatisfeito com as campanhas de educação no trânsito do Detran. “As campanhas são educativas, mas é preciso que sejam mais duras. Vamos colocar imagens que chocam e depoimentos de vítimas e familiares na televisão para que as pessoas se conscientizem”, afirma.
Outra medida, diz respeito ao monitoramento eletrônico da frota. O diretor do Detran, Délio Cardoso, promete colocar as 120 câmeras em funcionamento em todo o Distrito Federal em 90 dias. O projeto, que está em implantação pelo GDF há mais de um ano, pretende mapear os pontos de maior movimento e identificar motoristas infratores. “Essas pessoas que fazem pegas, por exemplo, nem sempre são pegas no pardal porque freiam no radar. Com as câmeras, elas podem ser identificadas”, aponta Cardoso.
O governo, no entanto, terá uma dura batalha pela frente. O projeto para redução de acidentes prevê mais fiscais do Detran nas ruas. “Isso pode ser feito colocando nas ruas agentes que estão em trabalhos administrativos. Acontece que há uma resistência da corporação em relação a isso”, reclama Arruda.

CHEGA DE CESTA BÁSICA. É CRIME DOLOSO!

14/10/2007 - 22h19 - Atualizado em 14/10/2007 - 23h08

Parentes de vítimas cobram mais punição a quem causa acidentes

Legislação de trânsito geralmente pune culpados com penas alternativas. Projeto de lei quer mais rigor a quem causa acidente sob efeito de álcool.

Do G1, com informações do Fantástico entre em contato

São 100 mil mutilados por ano e 50 mortos por dia. Em Itu, interior de São Paulo, duas crianças foram atropeladas. "Isso é uma injustiça. Tiraram dois anjinhos da gente", lamenta a mãe de Caíque, Camila Poaveni.

Veja o site do FantásticoNa terça-feira (9), na BR-282, em Santa Catarina, foram 27 mortos e mais de cem feridos. Nos dois casos, os motoristas aparentemente são culpados, mas podem ficar impunes.
Na seqüência de acidentes em Santa Catarina, Rosinei Ferrari, que furou o bloqueio na estrada, matando 20 pessoas, foi autuado por homicídio doloso, isto é, quando há intenção de matar. Para a polícia, ele é um assassino, como alguém que pega uma arma e atira.

"O motorista assume o risco quando viola grosseiramente normas elementares de segurança no trânsito. Nós temos o princípio de que ele agiu com dolo eventual", comenta o promotor de Justiça Luciano Lessa.

Rosinei atropelou um grupo de pessoas que acompanhavam o resgate das vítimas do acidente ocorrido uma hora e meia antes, entre um ônibus e um caminhão. Ele disse que o freio falhou.
A atitude do caminhoneiro pode ser comparada com a de quem provoca morte durante um racha. Nesses casos, a pena pode chegar a 20 anos de cadeia. Mas são tantos recursos jurídicos que o resultado leva tempo para sair. E, durante o processo, o réu ainda pode ser beneficiado.

‘Cesta básica’
Um exemplo é o acidente que ocorreu na Avenida Vieira Souto, no Rio, em 2005. O estudante Ioannis Amora foi acusado de dirigir bêbado e em alta velocidade. Ele bateu no veículo em que estava o aposentado Claudio Moniz, que morreu na hora. Para polícia e Ministério Público, foi um homicídio doloso. Para a Justiça, o homicídio foi culposo, isto é, sem intenção de matar.
"As leis são muito brandas. Isso dói na gente", diz o filho do aposentado, Cesar Sena Moniz.
Quem tem um parente morto por um motorista quer a prisão imediata, sem que ele tenha benefícios da lei. Mas o Código de Trânsito não prevê isso: na grande maioria dos casos, quem matou dirigindo um carro não é considerado assassino e sim alguém que praticou um crime sem querer, o homicídio culposo.

Por isso, no lugar da cadeia, a punição prevista geralmente é a chamada pena alternativa. "Eu vou brigar muito na Justiça para não transformar a vida do meu pai em cesta básica", afirma Moniz.
O cantor Renner, da dupla Rick e Renner, foi condenado pela morte de um casal de namorados. A Justiça substituiu a pena de prisão pelo pagamento de 360 salários-mínimos e prestação de serviços comunitários.

Álcool e volante
O promotor de Justiça Wagner Grossi atropelou e matou três pessoas da mesma família, há uma semana, em Araçatuba (SP). Testemunhas afirmaram que ele estava bêbado. Grossi vai responder ao processo em liberdade.
O relato é semelhante ao acidente ocorrido em Itu, que resultou na morte de duas crianças, atropeladas na rua. Testemunhas disseram que o motorista, o guia turístico Cesar Waldemarim, tinha tomado bebida alcoólica e usado drogas. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e o exame de sangue.
Os primos Caíque e Gabriel iriam andar de carrinho de rolimã. Deusdete Nascimento, de 14 anos, preparava tudo. "O pára-choque do carro veio e bateu na minha testa. Depois, não lembro mais", diz a jovem.
"Achei que ele só estava com a perna quebrada. Na hora em que cheguei lá, vi que ele estava morto", conta a mãe de Gabriel, Edneide Maria dos Anjos. "Agora, como é que faz? A vida do meu filhinho, ninguém vai devolver mais. E agora, vai ficar por isso mesmo?", reclama a mãe de Caíque, morto em Itu.
A mãe de César, Angelina Waldemarim, afirma que o filho não estava embriagado nem usa drogas. O guia turístico foi autuado por homicídio culposo. Pagou R$ 1,5 mil de fiança e está livre.

Legislação
"Já estamos trabalhando para mudar o código, de culposo para crime doloso, em todas as circunstâncias em que houver morte e, associado à morte esteja o álcool, a bebida, esteja o descumprimento legal de velocidade", adianta o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).
Não há previsão de quando o projeto será votado no Congresso Nacional. Parentes das vítimas cobram urgência. "Ele paga cesta básica e está tudo certo? E as famílias que ele destruiu?", questiona o garçom Tiago de Moraes, amigo das crianças.
"O Código de Trânsito não prevê o dolo eventual. Tem que se criar normas novas, tem que se aprimorar o Código de Trânsito nesse sentido", diz o delegado de Itu, José Moreira Barbosa Netto.
O advogado criminalista Maurício Zanoide de Moraes também afirma que é necessário investir na formação dos motoristas. "Nós só teremos uma legislação eficiente quando todas as pessoas tiverem educação de trânsito suficiente para evitar que o acidente aconteça", avalia o advogado criminalista Maurício Zanoide de Moraes.