sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Pacote de Medidas de Segurança do Executivo


30 mil olhos para o DF
Exército de homens e máquinas de várias corporações vão fechar o cerco aos motoristas infratores. Pacote de medidas de segurança do Executivo prevê até uso de chip em pára-brisa para evitar pegas

Érica Montenegro Da equipe do Correio
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Carlos Moura/CB
“Os policiais (civis e militares) devem estar com um olho na segurança pública e outro no trânsito. Deverão fiscalizar para tornar as vias brasilienses mais seguras”governador José Roberto Arruda-->
O motorista infrator terá de se comportar bem de agora em diante, caso contrário serão pelo menos 15 mil pares de olhos prontos para repreendê-lo. Entre as medidas que reagem às recentes tragédias no trânsito, o governador José Roberto Arruda anunciou que quer policiais militares e civis atuando também na vigilância das ruas do Distrito Federal. Além do reforço humano e da criação da Companhia Metropolitana de Trânsito, com mais 800 fiscais, Arruda promete intensificar o controle de velocidade com equipamentos de vigilância eletrônica e proibir o consumo de bebidas alcóolicas em lojas de conveniência e em locais próximos a estradas e rodovias. “Espero que a sociedade acredite nestas medidas, porque o governo sozinho não pode fazer tudo”, afirmou o governador durante o lançamento do pacote, no Buritinga. Arruda dividiu o pacote de trânsito em duas partes: medidas a serem executadas a curto prazo e medidas a médio prazo (veja quadro). Mas, não apresentou datas, nem o orçamento, até porque a maioria das medidas do pacote depende de aprovação de projetos de lei do Executivo pela Câmara Distrital. A ordem de mandar os policias militares à rua para coibir delitos de trânsito é a mais imediata. Os policiais militares (15 mil homens e mulheres) já têm a função de vigiar o cumprimento das normas do Código de Trânsito, mas, nos últimos anos, os únicos que estavam orientados a fazer isso eram os da Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPtran). Quanto aos policiais civis (5 mil), o governo precisará de lei específica para permitir que eles exerçam a nova função. A vigilância eletrônica também será reforçada. Conforme o Correio adiantou, serão instaladas câmeras filmadoras nas principais vias do Distrito Federal e os radares móveis também estarão de volta às ruas. Desta vez, os equipamentos de fiscalização portátil servirão para apanhar infratores contumazes. “Na primeira vez, o motorista será advertido. Na segunda, multado”, explicou o secretário de Transportes Alberto Fraga. Para tornar mais efetivo o controle, os agentes do Departamento de Trânsito (Detran) receberão palm-tops, computadores de mão. O equipamento permitirá que eles apliquem uma multa em 20 segundos. Estima-se que o preenchimento manual de um auto de infração leve ao menos 7 minutos. A informatização também vai chegar aos carros dos motoristas. Conforme resolução do Conselho Nacional de Trânsito, os carros receberão chip no pára-brisa para que sejam localizados em qualquer parte do DF. Essa é uma das medidas a médio prazo. “Sei que é polêmica, que vão considerar invasão de privacidade. Mas, os chips servirão para evitar crimes”, afirmou Arruda. A criação da Companhia Metropolitana de Trânsito foi confirmada. Segundo Alberto Fraga, os funcionários serão contratados em regime celetista e o salário deles girará em torno de R$ 800. Os fiscais da companhia poderão aplicar multas, mas agirão sempre sob a coordenação de um dos agentes do Departamento de Trânsito. O diretor do Detran, Délio Cardoso, afirmou que o modelo é inspirado em órgãos semelhantes que existem em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Eles serão devidamente treinados para exercerem uma função educativo quando apanharem infratores”, afirmou. Délio Cardoso avisou que, por motivos econômicos, o concurso de agente de trânsito foi cancelado. Repercussão O Sindicato dos Servidores do Detran manifestou-se contra a criação da Companhia Metropolitana de Trânsito. Para os representantes da categoria ela esvazia as funções do Detran. “Desconfiamos do nível de preparo de pessoas que se candidatarão a ganhar R$ 800. Não temos certeza se elas terão liberdade financeira para recusar propinas”, reclamou o diretor de imprensa do sindicato Rômulo de Castro Felix. No Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), a medida de acrescentar a função de fiscalização de trânsito ao trabalho também não foi bem acolhida. “Surpreendo-me que não nos tenham comunicado sobre isso. A Polícia Civil é judiciária, tem funções definidas”, afirmou Wellington Luiz de Souza, presidente do Sinpol. -->
O númeroTragédias249pessoas morreram nas pistas brasilienses, de janeiro a junho --> -->
-->A dor e a impunidade -->Gizella Rodrigues e Adriana BernardesDa equipe do Correio
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Cadu Gomes/CB - 16/11/06
Pérsio, pai de Pedro, a vítima, pede punição para o motorista-->
Duas famílias, dois acidentes estúpidos, duas vidas ceifadas pela violência do trânsito. Enquanto uma vê o início de uma punição mais dura para o acusado de provocar a tragédia, outra ainda protesta contra a impunidade. Os familiares de Pedro Davison, morto em 2006, no Eixão Sul, enquanto andava de bicicleta, viram a Justiça agir com mais rigor. O juiz titular do Tribunal do Júri, João Egmont, acatou a denúncia do Ministério Público e pronunciou o motorista Leonardo Luiz da Costa, 29 anos, por homicídio doloso qualificado (sem chance de defesa à vítima). Leonardo é acusado de atropelar Pedro na faixa presidencial do Eixão Sul e fugir sem prestar socorro. “Isso não alivia a falta que ele faz, mas saber que o crime não ficará impune nos trás um alívio. Ele vai responder como o criminoso que é”, desabafou o pai de Pedrinho, Pérsio Davison.Já a família do vigilante Moisés Pereira de Meneses, 28, ainda cobra uma punição para o crime que tirou a vida dele. De acordo com os parentes, o motorista do carro que o atingiu sequer foi indiciado. Domingo, os familiares e amigos do vigilante fazem protesto em Sobradinho. A concentração está marcada para as 9h30, em frente ao balão da quadra 8, perto da Administração Regional da cidade. No dia 21 de julho, Moisés, a mulher dele, Maria Souza, 34, e uma sobrinha do casal de apenas 2 anos, saíam de Sobradinho com destino a Planaltina. Ao entrar na BR-020, um carro desgovernado subiu no canteiro central, invadiu a pista na contramão e atingiu o Gol da família de frente. Moisés morreu na hora. --> --> --> --> -->
-->Especialistas elogiam propostas --> --> -->
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Iano Andrade/CB - 10/8/06
Pacote prevê mais policiais nas ruas: apoio à fiscalização humana-->
As medidas do pacotão contra a violência nas pistas foram bem recebidas por especialistas em segurança no trânsito. O fato de o governador José Roberto Arruda reforçar a vigilância nas ruas da cidade — tanto com aparelhos eletrônicos quanto com novos ficais foram encaradas como uma mudança de rumo positiva na política que vinha sendo adotada. “A anterior negava a importância da fiscalização, a mensagem era de que os pardais deveriam ser desprezados porque eram caça-níqueis”, analisa o professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB), Paulo César Marques. “O governo avança ao valorizar a fiscalização”, completa. Paulo César espera que a população do DF também encare os fiscais e os aparelhos de vigilância eletrônica como instrumentos de segurança e não como peças de um esquema arrecadador de dinheiro. “Eles estarão nas ruas para evitar mortes. Não devem ser vistos de maneira antipática, devem ser valorizados pela população”. Para o professor Joaquim Aragão, também professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB, a aposta de Arruda na fiscalização feita por homens e mulheres, não apenas por equipamentos eletrônicos, trará conseqüências positivas para todo o trânsito do DF. “Além do excesso de velocidade, outros tipos de infrações serão flagradas”, afirma. “De maneira geral, as pessoas terão de se comportar com responsabilidade. Um sermão educado é mais efetivo do que uma conta que chega na caixa de correio ”, opina Aragão. O professor Hartmurt Günther, do Departamento de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), tem opinião parecida. “A fiscalização humana é bastante efetiva, já que o fiscal exerce o papel duplo de fiscalizador e de educador”, explica o especialista em psicologia do trânsito. “Mas a equipe de fiscais precisa estar bem treinada para contornar o ‘sabe com quem está falando?’, que, infelizmente, aqui em Brasília ainda é muito comum”, conclui. (EM) --> --> --> --> --> -->
Editor: Samanta Sallum // samanta.sallum@correioweb.com.brSubeditores: Ana Paixão, Roberto Fonseca, Valéria Velasco e-mail: cidades@correioweb.com.brTels. 3214-1180 • 3214-1181



5 comentários:

Anônimo disse...

PALHAÇADA!! Isso não vai ser implementado e mesmo se for não adiantará de NADA, se continuar a IMPUNIDADE. CHEGA de playboy rico ser absolvido. É CANA PRA ELES... ASSASSINO TEM QUE IR EM CANA. Olha o caso do ASSASSINO FUGITIVO Leonardo Luiz da Costa. Tá soltinho... sugiro agente ir pegar ele de jeito.. por que justiça no Brasil tá difícil!

Anônimo disse...

mais uma da justiça brasileira:

O juiz titular do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) João Egmont aceitou o pedido de liberdade provisória dos advogados da estudante de Direito Selma Germano de França Guimarães, 23 anos, acusada de atropelar e matar um idoso. A decisão baseou-se na estratégia da defesa, que argumentou que a jovem tem residência fixa e não possui antecedentes criminais, e por isso poderia responder ao processo em liberdade .

Selma está presa no presídio feminino da Colméia desde o dia do acidente. Na manhã da última segunda-feira a estudante se envolveu em dois acidentes de trânsito. O segundo deles resultou na morte do aposentado José Soares de Siqueira, 69 anos.

Selma saiu de casa, na QE 14 do Guará I, conduzindo o Honda Civic, placa JHC -3534/DF, para ir ao banco. Chegando na agência bancária ela bateu na traseira de uma Parati. Segundo o motorista José Rezende, 66 anos, Selma negou ir à delegacia prestar ocorrência e seguiu na contramão, quase acertando um outro veículo. O aposentado João Siqueira foi atingido pelo carro quando caminhava para a fisioterapia. Ele estava próximo a uma faixa de pedestre. A vítima morreu na hora.

A acusada alegou em depoimento que havia tomado tranqüilizante Lexotan. A polícia aguarda a conclusão do laudo toxicológico para esclarecer se ela teria ingerido álcool ou qualquer entorpecente junto ao medicamento. O laudo do local do acidente também está em andamento. A vítima foi enterrada nesta terça-feira na presença de 40 amigos e familiares.

Anônimo disse...

É o Timponi lançando moda: Dirigir drogado e assassinar inocentes!
Incrível o caso dessa infeliz! Menos de um mês após o MONSTRO da Ponte JK massacrar três mulheres! Essa vai escapar com certeza da punição... já o timponi, com os antecedentes criminais dele...!! DOLOSO!! HEDIONDO!!!

Anônimo disse...

É PATRICINHA...VIROU MODA A ELITE BARBARIZAR E FICAR NUMA BOA

Anônimo disse...

A Operação João de Barro, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na sexta-feira para desarticular um grupo de empresários e funcionários públicos acusados de desviar verbas dos programa de habitação popular do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), aponta indícios de que o Ministério das Cidades era um dos ninhos do esquema de corrupção. A PF sabe que o universitário André Scarassati, de 26 anos, filho do ex-coordenador político do ministério José Alcino Sacarassati, ganhou um contrato no valor de pelo menos R$ 5,5 milhões para construir 255 casas populares em Palmas.
Alcino Scarassati era, até a semana passada, assessor especial e braço direito do ministro das Cidades, Márcio Fortes. O ministério afastou-o porque as investigações da PF revelaram indícios de que houve tráfico de influência de Alcino Scarassati em favor da empresa de André Scarassati, que não teria equipe nem qualificação técnica para tocar adiante o contrato das habitações populares. Durante a operação, foram presos dois funcionários da pasta e realizadas buscas e apreensões em duas secretarias e órgãos importantes.
A reportagem procurou nas residências e por telefone, celular e fixo, o universitário e o ex-coordenador político do Ministério das Cidades. André e Alcino Scarassati não foram localizados nem responderam às ligações. A Procuradoria-Geral da República (PGR) espera receber até a próxima semana os dados que implicam os deputados federais Ademir Camilo (PDT-MG) e João Magalhães (PMDB-MG), acusados de envolvimento no desvio verbas de obras do PAC. A PF informou que as investigações da João de Barro serão enviadas em breve e implicam mais autoridades com direito a foro especial. Mas negou que entre elas haja algum ministro de Estado. Oficialmente, portanto, o ministro Márcio Fortes não é investigado.
O inquérito corre em segredo de Justiça, na Superintendência da PF em Minas Gerais, que se nega a dar os nomes dos suspeitos e detalhes da apuração. Ao todo, o delegado Nelson Cerqueira, titular do inquérito, espera indiciar cerca de 200 acusados de integrar a quadrilha, suspeita de desviar dinheiro do PAC destinados a casas populares e estações de tratamento de esgoto em pelo menos 119 cidades. Na semana passada, foram presas 38 pessoas e a PF pediu à Justiça a prisão de mais 30 prefeitos acusados de envolvimento nas irregularidades.
Procurador-geral O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, informou, pela assessoria, que aguarda o envio das informações para saber se cabe pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra os parlamentares ou se manda arquivar o caso, se considerar as provas inconsistentes. Segundo a PF, o desvio potencial de dinheiro público atinge a cifra de R$ 700 milhões. Foi detectada a conivência de centenas de funcionários de prefeituras e autoridades de Brasília. Só no Ministério das Cidades, foram presos dois servidores, acusados de receberem propina em troca de informações privilegiadas para lobistas ligados ao bando.
Um dos presos é Luis Cláudio Vasconcelos, marido de Antônia Vasconcelos, uma das três mulheres mortas no acidente de carro causado pelo professor de educação física Paulo César Timponi, em outubro, na Ponte Juscelino Kubitschek, cartão postal da capital federal. Foram também presos na capital Otávio Augusto Gonçalves Jardim, do Tesouro Nacional, e Alexandre Isaac Freire, da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Os quatro foram soltos, depois de prestarem depoimento.
Do total de municípios onde foram identificadas irregularidades na aplicação de recursos do PAC, 114 ficam em Minas, três no Rio, um no Espírito Santo e outro no Tocantins. Iniciada em 2006, a averiguação constatou superfaturamento nas obras, tráfico de influência, corrupção (ativa e passiva) e formação de quadrilha, entre outros crimes. O diretor-executivo da PF, Romero Lucena, estima que a desarticulação do esquema evitou uma sangria de mais de R$ 2 bilhões em outras obras do PAC, alvo da cobiça da quadrilha.