ARTIGO Cadeia pra quem mata no trânsito Marcelo Agner
Um irresponsável se embriaga, pega um carro, acelera a 140 km/h no meio da cidade e provoca um grave acidente, matando três pessoas. Isso é um crime ou uma questão de trânsito? A resposta é simples: essa pessoa é um criminoso como qualquer outro. A arma dele poderia ter sido um revólver, mas foi um carro. Por isso dever ser tratado com os rigores da lei para quem pratica tal ato hediondo.
Nos últimos dias, temos tentado explicações para o grave acidente ocorrido na Ponte JK. É um caso de polícia. E deve ser prioritariamente tratado como tal. Algumas discussões levantadas nessa hora servem apenas para desviar a atenção, e podem contribuir para que questões maiores sejam deixadas de lado.
Debater neste momento o uso do cinto de segurança ou vigilância eletrônica nas ruas, por exemplo, é diminuir, de alguma forma, a responsabilidade daquele que causou a tragédia na ponte. E estamos falando de um caso no qual há pouca dúvida sobre o que ocorreu. Ontem, a polícia descobriu que no carro do professor de Educação Física Paulo César Timponi havia cocaína e maconha. Além de ter bebido, ele poderia estar dirigindo drogado. Ou seja: saiu sem condições de conduzir seu veículo, podendo causar um acidente. E assim aconteceu no sábado.
Agora, é preciso que a imprensa dê ênfase à necessidade de penas mais rigorosas para os criminosos do trânsito, aqueles que se embriagam, batem pegas, correm além dos limites e trazem dor às famílias de suas vítimas.
O caso da Ponte JK provocou reações duras das autoridades. A polícia caçou os responsáveis pelo pega e o Detran quer banir das ruas o suspeito de provocar a tragédia. Excelentes medidas. Mas será que essa rigidez vai ser aplicada em todos os casos em que os motoristas sejam, comprovadamente, responsáveis por desastres?
Isso não tem acontecido. As punições para quem dirige e provoca acidentes são brandas, na maioria das vezes terminam com prestações de serviços à comunidade ou pagamento de cestas básicas.
Em boa parte dos países desenvolvidos, os condutores que provocam acidentes, dirigem embriagados ou sem habilitação acabam presos. Acompanhamos nos jornais e tevês atrizes e atores famosos que passam temporadas na prisão por causa do trânsito. Só propaganda? Acredito que não. Há seriedade nesses casos.
Não há dificuldades para evoluirmos na questão do trânsito, só precisamos de vontade política. Nosso código de trânsito é moderno e nos dá instrumentos para transformarmos as ruas em lugares seguros para todos os cidadãos. Vamos agir.
Marcelo Agner é Editor Executivo do Jornal de Brasília
Publicado em: 10/10/2007
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Um comentário:
você devia é ser preso seu babaca!
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