O Sofrimento dos familiares das vítimas

Brasília, terça-feira, 09 de outubro de 2007

Tensão marca encontro entre filha de vítima e advogado Evie Gonçalves Do CorreioWeb
09/10/2007

16h07-O encontro entre a filha de uma das vítimas do acidente de carro na Ponte JK, ocorrido no último sábado, e o advogado de Paulo César Timponi, acusado de provocar a tragédia, acabou em briga nesta terça-feira, na 10ª DP (Lago Sul). Cláudia Vasconcelos, 28 anos, questionou o advogado Aldo Campos Costa sobre o motivo que o leva a defender o professor de Educação Física, que estaria dirigindo alcoolizado e em alta velocidade quando bateu o veículo.
Cláudia perguntou onde estava Paulo César Timponi e ironizou a alegação de que ele está em repouso e sob forte efeito de medicação. O advogado não respondeu nada. Apenas pediu paciência. Um dos irmãos de Cláudia Vasconcelos, Leonardo Vasconcelos, 16, retrucou na hora: “Paciência é a única coisa que nós não teremos”, afirmou.
Cláudia, que mora nos Estados Unidos e deixou a filha de um mês com a sogra, fez um desabafo sobre o acidente. “Esse homem é um assassino, um monstro. Vim aqui pedir justiça. Ele conseguiu estragar os planos da minha família. O sonho da minha mãe era ser avó. Eu ia trazer minha filha em novembro para ela conhecer. Esse monstro estragou nosso natal, estragou nossos planos”, acusou.
“Cooperação” Assim que os familiares da vítima foram embora, o advogado conversou com a imprensa. Questionado sobre seu cliente ainda não ter prestado depoimento, Aldo Campos Costa justificou que Timponi já compareceu, nesta segunda-feira, à delegacia, o que demonstra atitude de cooperação. “Ele já compareceu. Só que não havia delegado de plantão no momento”, afirmou. Costa reafirmou que seu cliente só vai depor quando for intimado.
O delegado Antônio Cavalheiro Filho vai conceder entrevista coletiva nesta tarde para elucidar questões como a prisão temporária e a intimação do rapaz. A polícia deve dar mais informações sobre o motorista da S10 vermelha, já identificado. Independentemente da prisão temporária ou preventiva, Claúdia Vasconcelos prometeu que a família vai fazer justiça. “Pode demorar uma no, dez anos, mil anos. Vamos colocá-lo na cadeia”, ameaçou.